A falta de resistência ao avanço dos “estudantes” por todo o país indicia poder, mas também aceitação popular
“Este é um momento de orgulho para toda a nação. Após 20 anos de luta, libertamos o Afeganistão e expulsamos os estrangeiros.” Ainda que os talibãs não colham apoio unânime entre os afegãos, o porta-voz do movimento, Zabihullah Mujahid, procurou esta semana criar consenso. A rejeição do ocupante estrangeiro é um pilar do nacionalismo afegão que explica, em parte, por que razão, 20 anos após uma guerra declarada para os punir, os talibãs surgem com toda a força.
Quando conquistaram o poder pela primeira vez, em 1996, muitos talibãs tinham tirado o curso da guerra nas fileiras dos mujahidin, a combater o ocupante soviético (1979/1989). Mas a esmagadora maioria nunca tinha pegado em armas. Tratava-se de jovens, muitos deles órfãos desde a guerra contra os comunistas, crescidos em campos de refugiados do Paquistão e “estudantes” (taliban) em escolas religiosas (madrassas).
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