Número de mortes de massacre na capital do Haiti sobe para 20
Entre as vítimas mortais está o jornalista Diego Charles, assassinado com dois tiros, e a ativista Maria Antoinette Duclaire, que foi atingida com sete balas
Entre as vítimas mortais está o jornalista Diego Charles, assassinado com dois tiros, e a ativista Maria Antoinette Duclaire, que foi atingida com sete balas
A Rede Nacional de Defesa dos Direitos Humanos (RNDDH), uma conhecida organização não-governamental (ONG) haitiana, revelou esta sexta-feira que pelo menos 20 pessoas foram abatidas a tiro no massacre ocorrido na noite de terça para quarta-feira em Port-au-Prince.
No relatório divulgado pela ONG, que pormenoriza a identidade e as circunstâncias da morte de 17 das 20 pessoas abatidas, é adiantado um número de vítimas superior aos 15 inicialmente anunciados pela polícia haitiana. Segundo a ONG, entre as vítimas mortais está o jornalista Diego Charles, assassinado com dois tiros, e a ativista Maria Antoinette Duclaire, que foi atingida com sete balas.
A rede também questiona no relatório a versão da polícia local, que responsabilizou pelo massacre a Fantom 509, um grupo de agentes policiais violentos que se opõe à direção da instituição.
A ONG condenou as declarações "apressadas e irresponsáveis" da polícia, assinalando que vários residentes em Delmas 32, um dos bairros onde decorreu o massacre, identificaram os homens armados como membros do G-9, Fanmi e Alie, que formam a principal aliança de grupos armados no Haiti.
As declarações da polícia, segundo a RNDDH, "sugerem" que a carnificina em Delmas 32 foi "bem planeada pelos bandidos armados" e que o alto comando da Polícia Nacional do Haiti "foi posto ao corrente da situação".
Quinta-feira, o governo haitiano considerou o massacre como um "ato terrorista" e prometeu que as mortes não ficariam impunes, embora as autoridades tenham novamente atribuído a responsabilidade ao grupo de violentos agentes policiais Fantom 509.
Desde o início de junho, a crescente violência entre grupos armados na área metropolitana de Port-au-Prince provocou pelo menos 17.000 deslocados, indicou a Organização Internacional das Migrações (OIM), e a morte de dezenas de civis.
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