Supremo Tribunal da Pensilvânia alegou que o promotor que decretou a prisão de Cosby, Kevin Steele, estava obrigado a manter a promessa do seu antecessor de não avançar com uma acusação formal
O Supremo Tribunal do estado norte-americano na Pensilvânia decidiu anular a condenação por abuso sexual do comediante Bill Cosby. A decisão, noticiada pela Associated Press, foi anunciada esta quarta-feira e Cosby, que cumpriu mais de dois anos de uma pena de prisão de dez anos decretada em 2018, deverá ser libertado.
O comediante, de 83 anos, foi acusado por Andrea Constand, antiga funcionária da Universidade de Temple, onde Bill Cosby estudou, e os actos de que levaram à condenação foram praticados em 2004. O Supremo Tribunal alegou agora que o promotor que decretou a prisão de Cosby, Kevin Steele, estava obrigado a manter a promessa do seu antecessor de não avançar com uma acusação formal.
Bill Cosby tinha sido condenado em 2018 a dez anos de prisão por drogar e agredir sexualmente Andrea Constand na sua casa em 2004, o que foi considerado uma pena grave perante a opinião pública, com o movimento Mee Too a ganhar força, e várias celebridades a denunciar terem sido vítimas de assédio ou agressão sexual.
Em março de 2018, um juiz da Pensilvânia determinou permissão para cinco mulheres testemunharem no novo julgamento de Bill Cosby, pela alegada agressão sexual de Andrea Constand em 2004. Os promotores pretendiam que 19 elementos da acusação prestassem um depoimento, mas segundo o juiz podia haver lugar a uma escolha de cinco pessoas dentro do grupo. Durante o primeiro julgamento, apenas uma pessoa testemunhou contra o comediante.
O caso Bill Cosby teve desde então uma série de desenvolvimentos, até em maio de 2021 as autoridades da Pensilvânia terem negado a liberdade condicional ao comediante, citando uma série de razões para o efeito.
Andrew Wyatt, porta-voz do ator, adiantou na altura que a notícia da negação de liberdade condicional não surpreendeu Cosby, a família, amigos ou mesmo a sua equipa jurídica. Mas sublinhou que "o sr. Cosby proclamou veementemente sua inocência e continua a negar todas as acusações feitas contra ele, considerando-as como falsas, sem haver a mera evidência de qualquer prova".
Mas a situação penal de Cosby teve esta quarta-feira um reverso, após o seu advogado, Brian Perry, ter feito uma série de diligências com vista à sua libertação, e que foram consideradas válidas pelo Supremo Tribunal da Pensilvânia. "Acreditamos que ele [Bill Cosby] será libertado esta tarde", declarou Brian Perry quando estava a caminho da prisão onde Bill Cosby se encontra detido.
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