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Londres quer responsabilizar Bielorrússia pelo desvio do avião

Londres quer responsabilizar Bielorrússia pelo desvio do avião
REUTERS

Londres insiste na libertação imediata de Roman Protasevich e outros prisioneiros políticos detidos na Bielorrússia

O Governo britânico acredita que o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, "deve ser responsabilizado" pelo desvio de um avião para o aeroporto de Minsk e que a resposta internacional deve incluir "novas sanções" contra o seu regime.

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, Dominic Raab, afirmou hoje, em comunicado, que "Lukashenko deve ser responsabilizado pelas suas ações extravagantes", e é por isso que Londres está a trabalhar com os seus aliados para fornecer "uma resposta coordenada, incluindo sanções adicionais" contra o regime bielorrusso.

Londres insiste na libertação imediata de Roman Protasevich e outros prisioneiros políticos detidos na Bielorrússia e apela a uma reunião urgente do conselho da Organização da Aviação Civil Internacional (ICAO) para abordar "o incumprimento pelo regime [bielorrusso] das regras de segurança da aviação civil internacional".

O presidente executivo da Ryanair, Michael O'Leary, caracterizou hoje o acontecimento como "pirataria aérea patrocinada pelo Estado" e disse que o incidente foi "aterrador" para a tripulação e passageiros, pois foram detidos "sob guarda armada" e completamente revistados.

"Parece que o objetivo das autoridades era retirar um jornalista e o seu acompanhante do avião. Acreditamos também que desembarcaram agentes do KGB no aeroporto", disse O'Leary à estação de rádio Newstalk.

O ministro dos Negócios Estrangeiros da Irlanda, Simon Coveney, falou na mesma estação de rádio e concordou com Michael O'Leary, acusando o Presidente bielorrusso de ser um "ditador".

Coveney também confirmou que "cinco ou seis pessoas" deixaram o avião, "embora apenas uma tenha sido presa", o que "sugere que as outras eram membros dos serviços secretos".

As autoridades bielorrussas detiveram o jornalista Roman Protasevich, cujo canal Nexta, ditribuído na rede social Telegram, se tornou, nas primeiras semanas, na principal fonte de informação acerca dos protestos antigovernamentais após as eleições presidenciais de agosto de 2020.

Protasevich foi detido no domingo após Lukashenko ter ordenado o desvio do voo da Ryanair para o aeroporto de Minsk devido a um alegado aviso de bomba.

A comunidade internacional, incluindo o Governo português, já condenou o desvio do avião, assim como a detenção de Protasevich, e preparam sanções e medidas para o Governo bielorrusso.

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