O entusiasmo dos britânicos transborda em filas de espera provocadas pela tão desejada reabertura de pubs, restaurantes e cafés a partir desta segunda-feira. No entanto, os especialistas frisam que “só porque uma coisa se pode fazer, isso não significa que se deva fazer”
Jornalista
O Reino Unido entra, esta segunda-feira, numa nova fase do plano de desconfinamento. A partir de hoje, os britânicos já podem beber uma cerveja num pub, comer no interior de um restaurante, além do café que já não tem de ser servido na esplanada.
O entusiasmo da população transborda, sedenta e faminta pela possibilidade de socializar novamente, com filas de espera intermináveis à porta destes estabelecimentos. Mais cauteloso, Boris Johnson, pede, para já, uma “grande dose de cautela”, uma vez que os casos de covid-19 aumentaram 8% na última semana em terras de Sua Majestade.
Só este sábado, o Reino Unido registou 1926 novas infeções e quatro óbitos provocados pelo SARS-CoV-2, num momento em que a disseminação da variante indiana preocupa as autoridades de saúde.
“Mantemos sob observação a disseminação da variante indiana e estamos a agir rapidamente onde as taxas de infeção estão a aumentar”, refere Boris Johnson. “Peço a todos para que sejam cautelosos e responsáveis ao desfrutar das novas liberdades a partir de hoje”, acrescentou o primeiro-ministro britânico.
Os especialistas tentam também refrear a euforia dos britânicos perante a reabertura de restaurantes, pubs e cafés. “Com base no princípio da precaução e na experiência de vagas anteriores, estou muito preocupado. Pessoalmente, não vou entrar em bares ou restaurantes durante algum tempo”, afirma o professor Martin McKee, da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, citado pelo "Daily Mail".
Também Mark Walport, membro do Grupo Consultivo Científico para Emergências, alerta que a pandemia está “num momento perigoso”. Nesse sentido, o especialista deixa um apelo: “O meu conselho é que só porque uma coisa se pode fazer, isso não significa que se deva fazer”.
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