Internacional

Conflitos no Médio Oriente. Ministros da União Europeia reúnem-se de emergência na terça-feira

Manifestante palestiniano responde ao exército palestiniano com uma fisga, em Hebron
Manifestante palestiniano responde ao exército palestiniano com uma fisga, em Hebron
MUSSA ISSA QAWASMA

O chefe da diplomacia europeia convocou para terça-feira uma reunião de emergência dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, por videoconferência, para discutir a escalada da violência entre Israel e palestinianos.

O chefe da diplomacia europeia convocou para terça-feira uma reunião de emergência dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) por videoconferência para discutir a escalada da violência entre Israel e os palestinianos.

"Tendo em conta a escalada em curso entre Israel e a Palestina e o número inaceitável de vítimas civis, convoco uma videoconferência extraordinária dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE para terça-feira", escreveu Josep Borrell na sua conta na rede social Twitter. Segundo o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, os ministros irão "coordenar e discutir a maneira como a UE pode contribuir para pôr fim à violência atual".

A União Europeia diz que Borrell tem feito esforços diplomáticos "intensos" para tentar ajudar a apaziguar a tensão entre israelitas e palestinianos, com contactos com dirigentes de ambos os lados do conflito e com os principais diplomatas dos países vizinhos. "A prioridade e a mensagem da UE neste contexto são claras: a violência deve parar imediatamente", disseram no sábado os serviços diplomáticos da UE em comunicado.

Os 27 países da UE têm frequentemente dificuldades em encontrar uma posição comum sobre o conflito israelo-palestiniano, com países como a Alemanha, a Áustria ou a Eslovénia a apoiarem firmemente o direito de Israel a defender-se, enquanto outros exortam o Estado hebreu a demonstrar contenção.

Pelo menos 17 palestinianos foram este domingo mortos na Faixa de Gaza, na sequência da escalada de violência com Israel, elevando o número de vítimas mortais no enclave para 174, das quais 47 eram crianças, desde segunda-feira. De acordo com os dados avançados pelo Ministério da Saúde palestiniano, citados pela Agência France-Presse (AFP), o confronto entre grupos armados palestinianos e o exército israelita, que tem marcado a região nestes últimos dias, causou ferimentos em cerca de 1.200 palestinianos.

A Associated Press (AP), que fala em 23 mortos, refere que os ataques aéreos israelitas realizados durante a manhã deste domingo arrasaram três prédios, tendo causado o maior número de vítimas mortais desde que se iniciaram os combates entre as duas partes. Já esta manhã tinha sido avançado que as forças israelitas efetuaram 50 bombardeamentos em menos de 15 minutos, tendo atingido a residência da família do líder do movimento islâmico Hamas Yahya Sinwar, que não se encontrava em casa no momento do ataque.

As milícias palestinianas na Faixa de Gaza, por seu lado, lançaram cerca de 2.900 'rockets' contra Israel desde que este conflito começou, na passada segunda-feira, de acordo com dados avançados hoje pelo exército israelita e citados pela Efe. Segundo um porta-voz militar, daquele total cerca de 450 'rockets' caíram dentro da Faixa de Gaza, enclave costeiro palestiniano, e cerca de 1.150 foram intercetados pelo sistema antimísseis israelita, conhecido como 'Cúpula de Ferro'. Estes disparos provocaram um total de 10 mortos em Israel.

Os combates começaram em 10 de maio, após semanas de tensão entre israelitas e palestinianos em Jerusalém Oriental, que culminaram com confrontos na Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar sagrado do islão junto ao local mais sagrado do judaísmo. Ao lançamento maciço de foguetes por grupos armados em Gaza em direção a Israel opõe-se o bombardeamento sistemático por forças israelitas contra a Faixa de Gaza. O conflito israelo-palestiniano remonta à fundação do Estado de Israel, cuja independência foi proclamada em 14 de maio de 1948

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