Hamas dispara mais de 100 foguetes contra Israel. Incêndio deflagra em Jerusalém
A polícia israelita detém um palestiniano junto à Mesquita Al-Aqsa
AMMAR AWAD
Pelo menos 20 palestinianos morreram nos ataques israelitas na Faixa de Gaza, em resposta aos disparos feitos pelo Hamas - a milícia palestiniana disparou mais de 100 morteiros contra Israel. Paralelamente, deflagrou um incêndio em Jerusalém, cuja causa é ainda desconhecida
A Esplanada das Mesquitas, o terceiro local mais sagrado do Islão, tem sido palco de violentos confrontos nos últimos dias. Desde sexta-feira, os conflitos entre a polícia israelita e os muçulmanos que visitam a mesquita de al-Aqsa, na parte ocupada de Jerusalém, já fizeram mais de 320 feridos - 300 dos quais são civis palestinianos.
Esta segunda-feira, a milícia palestiniana Hamas disparou mais de 100 foguetes contra Israel, uma "resposta aos crimes e à agressão à Cidade Santa", como afirmou o próprio braço armado da luta dos palestinianos. Inicialmente, pensava-se que os foguetes lançados de Gaza eram sete.
Pelo menos 20 palestinianos, incluindo nove crianças, morreram nos ataques israelitas na Faixa de Gaza, em resposta aos disparos feitos pelo Hamas. A informação foi avançada pelo Ministério da Saúde de Gaza.
Paralelamente, deflagrou um incêndio esta segunda-feira em Jerusalém, na zona da Esplanada das Mesquitas (batizada de Monte do Templo pelos judeus). Ainda não é conhecida a causa do incêndio, visível por mais de dois quilómetros em redor. Milhares de fiéis estavam presentes para orar.
António Guterres, secretário-geral da ONU, já advertiu que a tensão em Jerusalém pode originar outra “perigosa escalada” que conduza a mais violência. Exigiu, por isso, contenção a todas as partes. Guterres condenou ainda “nos termos mais contundentes o lançamento de foguetes desde Gaza em direção a Israel” e em particular se atacaram “centros de população civil”.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também considerou que o movimento islamita Hamas que governa a Faixa de Gaza atravessou "uma linha vermelha" e prometeu uma resposta robusta do Estado judaico.
"As organizações terroristas em Gaza atravessaram uma linha vermelha durante a tarde no 'Dia de Jerusalém'", afirmou, avisando que "Israel reagirá com força". "Quem atacou o nosso território, a nossa capital, os nossos cidadãos e soldados pagará um elevado preço", ameaçou.
Os conflitos coincidiram com o "Dia de Jerusalém" que, segundo o calendário hebraico, marca a conquista da parte palestiniana da Cidade Santa por Israel em 1967. Os confrontos são os piores episódios de violência no conflito israelo-palestiniano desde a Marcha do Retorno (2018-2019).