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Operação policial em favela do Rio de Janeiro fez 25 mortos

Operação policial em favela do Rio de Janeiro fez 25 mortos
MAURO PIMENTEL / GETTY IMAGES

Apesar de o Supremo Tribunal Federal ter suspendido investidas policiais em favelas durante a pandemia, a operação realizada esta quinta-feira na comunidade do Jacarezinho terminou com a morte de 24 moradores e de um agente da Polícia Civil do Rio de Janeiro

Um intenso tiroteio ocorreu, esta quinta-feira, na favela do Jacarezinho, quando a Polícia Civil do Rio de Janeiro efetuou uma operação na comunidade contra o tráfico de droga. De acordo com a corporação, 24 moradores “suspeitos” foram mortos e um agente também acabou por ser atingido fatalmente na cabeça.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro ainda não avançou pormenores sobre quem são as vítimas civis e as circunstâncias em que foram atingidas. Além dos óbitos a registar, há também, pelo menos, cinco feridos.

De acordo com relatos dos moradores da favela e também pelo que se pode ver em alguns vídeos que circulam na internet, a favela do Jacarezinho foi palco de um intenso fogo cruzado entre as autoridades e os traficantes, sendo que explosões de bombas também se fizeram ouvir em diferentes pontos da comunidade.

Foi possível caracterizar a associação dessas pessoas com a organização criminosa que domina a região, onde foi montada uma estrutura típica de guerra provida de centenas de ‘soldados’ munidos com fuzis, pistolas, granadas, coletes balísticos, roupas camufladas e todo tipo de acessórios militares”, refere a polícia.

Os 25 mortos resultantes desta operação correspondem ao número de vítimas mais elevado durante uma intervenção policial numa favela, tal como indicam os dados da plataforma Fogo Cruzado que regista dados de violência armada desde 2016.

Desde junho do ano passado que o Supremo Tribunal Federal decidiu a suspensão de operações em favelas durante a pandemia, mas a intervenção policial desta quinta-feira foi comunicada e justificada ao Ministério Público.

A Polícia Civil do Rio de Janeiro refere ter avançado após receber denúncias de que os traficantes estariam a recrutar crianças e adolescentes para a prática de ações criminosas.

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