
Reportagem em Belfast, onde a tensão entre católicos e protestantes se alia às incertezas do ‘Brexit’ e faz renascer as sombras de um conflito sangrento que durou décadas
Reportagem em Belfast, onde a tensão entre católicos e protestantes se alia às incertezas do ‘Brexit’ e faz renascer as sombras de um conflito sangrento que durou décadas
Jornalista
Em Tigers Bay, enclave unionista no Norte de Belfast, uma dezena de adolescentes de cara tapada marcha com violência em direção à North Queen Street, estreita avenida que liga o bairro, onde predominam protestantes da classe operária, ao centro da cidade. A meia dúzia de metros posiciona-se uma coluna de agentes da polícia, equipados de escudo e capacete e acompanhados por um exaltado par de cães e uma mão-cheia de veículos blindados, que, de sirenes ligadas, emitem frenéticos raios de luz azul. Adivinha-se mais uma noite de distúrbios na capital da Irlanda do Norte.
Como num jogo do gato e do rato, os jovens vão provocando as forças de segurança com insultos e projéteis. Entre pedras, cocktails molotov, contentores do lixo a arder e até um carro envolto em chamas, a linha policial recua e avança com cautela, num bailado coreografado para garantir que os atacantes não avancem rumo a New Lodge, bairro vizinho de maioria republicana e católica.
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