Internacional

Ataques em Moçambique. Governo confirma transferência de português ferido para Joanesburgo

Destroços de uma casa queimada na Aldeia da Paz, no distrito moçambicano de Macomia, após ser atacada por um grupo islamita
Destroços de uma casa queimada na Aldeia da Paz, no distrito moçambicano de Macomia, após ser atacada por um grupo islamita
MARCO LONGARI / AFP / Getty Images

Ministério dos Negócios Estrangeiros diz que vai continuar "a acompanhar" a situação, sem adiantar para já outros pormenores

O português ferido nos ataques de grupos armados à vila de Palma, Moçambique, foi transferido para Joanesburgo, na África do Sul, para tratamento médico, confirmou à agência Lusa fonte do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O gabinete de Augusto Santos Silva fez saber este domingo que vai continuar "a acompanhar" a situação, sem adiantar para já outros pormenores.

O Presidente da República já tinha aludido à retirada do português para a cidade sul-africana, numa nota a propósito de uma conversa que manteve com a mulher do ferido.

Numa nota divulgada na página da Internet da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa confirmou também a informação, que ele próprio veiculara, de que os ferimentos sofridos pelo português foram "menos graves do que o que se temia inicialmente", acrescenta o texto.

No sábado, o chefe de Estado já tinha afirmado que os ferimentos do português resgatado em Palma seriam "menos graves" do que inicialmente previsto.

Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que "tudo o que tem vindo a público traduz de forma muito fidedigna aquilo que é a situação vivida" pelos portugueses em Cabo Delgado, "no norte do Estado irmão de Moçambique".

Palma está sob ataque de grupos armados desde quarta-feira.

Um número incalculado de pessoas está desde então a fugir para a península de Afungi.

Um grupo mais restrito, de cerca de 200 cidadãos de diferentes nacionalidades, refugiou-se no hotel Amarula, de onde muitos foram sendo resgatados por terra e mar para a área controlada pela petrolífera Total.

Uma das caravanas foi atacada na noite de sexta-feira e pelo menos sete pessoas morreram, mas fontes que acompanham as operações admitem que o número de baixas esteja subavaliado.

Houve ainda muitos feridos no incidente e um deles é o português agora transferido para a África do Sul.

O ataque desencadeado na quarta-feira é o mais grave junto aos projetos de gás após três anos e meio de insurgência armada na região.

A violência que grassa desde outubro de 2017 está a provocar uma crise humanitária com quase 700 mil deslocados e mais de duas mil mortes.

Algumas das incursões foram reivindicadas pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) entre junho de 2019 e novembro de 2020, mas a origem dos ataques continua sob debate.

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