Internacional

Pedro Sánchez critica “condutas anti-cívicas” do rei emérito Juan Carlos

O primeiro-ministro Pedro Sánchez e o rei emérito Juan Carlos nas comemorações do 40.º aniversário da Constituição espanhola, em 2018
O primeiro-ministro Pedro Sánchez e o rei emérito Juan Carlos nas comemorações do 40.º aniversário da Constituição espanhola, em 2018
CURTO DE LA TORRE/getty images

Primeiro-ministro critica antigo rei após este ter regularizado quatro milhões de euros que devia ao fisco. Pedro Sánchez poupa o atual rei, Filipe VI

Pedro Sánchez critica “condutas anti-cívicas” do rei emérito Juan Carlos

Pedro Cordeiro

Editor da Secção Internacional

O primeiro-ministro espanhol criticou Juan Carlos I esta sexta-feira, um dia depois de o antogo monarca espanhol ter pago quatro milhões de euros para regularizar dívidas ao fisco espanhol. Pedro Sánchez exprimiu “repúdio” pelo que considera serem “condutas anti-cívicas” o rei emérito, pai do atual chefe de Estado.

Separando a “atual” Casa do Rei Filipe VI, o governante socialista declarou o seu “rotundo repúdio pela conduta a ti-cívica” de Juan Carlos I, no que diz ser acompanhado pela “imensa maioria da sociedade espanhola”. Sánchez falava aos jornalistas após um Conselho Europeu por videoconferência.

O chefe do Executivo já afirmara há meses sentir “perturbação e desconforto” face às notícias de manobras financeiras do antigo chefe de Estado. Poupou sempre a instituição monárquica, criticando o comportamento individual de Juan Carlos: “Não se Questiona a Casa Real nem a Coroa, apenas se exprimem dúvidas e se põe em causa uma pessoa”.

“Se alguém cometeu irregularidades, o que deve fazer é repará-las”, afirmou Sánchez sobre a regularização fiscal desta semana. “Com a mesma rotundidade digo que o atual chefe de Estado, Filipe VI, marcou um antes e um depois na boa utilização dos recursos públicos, na exemplaridade e na transparência. E tem todo o eu apoio”.

Sánchez, secretário-geral do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda), governa em coligação com a aliança Unidas Podemos (UP, esquerda populista), muito crítica da monarquia. O Governo tem negociado com Filipe VI mudanças no estatuto da família real, em reação aos escândalos dos últimos anos com Juan Carlos e, antes, com o seu genro Iñaki Urdangarín O marido da infanta Cristina cumpre pena de prisão por crimes financeiros.

A UP é republicana e tem avançado propostas para pôr fim à imunidade do rei. O PSOE também tem o republicanismo na génese ideológica, mas sempre conviveu bem com a monarquia.

O porta-voz parlamentar da UP, Jaume Asens, criticou esta sexta-feira a “passividade” das autoridades perante Juan Carlos, que, a seu ver, torna o ex-rei “impune”. Sánchez rejeitou tais afirmações.

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