O rei emérito de Espanha, Juan Carlos I, fez um segundo pagamento ao fisco por rendimentos não declarados que, no total, ascendem a mais de oito milhões de euros. A notícia foi adiantada pelo jornal “El País”, que cita fontes próximas do processo.
Em dezembro de 2020, Juan Carlos I, que se encontra nos Emirados Árabes Unidos, pagou à agência tributária do país cerca de 670 mil euros, correspondentes a uma dívida contraída entre 2016 e 2018, quando já havia abdicado do trono e perdido a imunidade concedida pelo estatuto de rei.
Com este pagamento, explica o jornal espanhol, Juan Carlos I reconheceu a fraude mas, ao apresentar de forma antecipada a regularização, isto é, antes de ser notificado sobre o início da investigação, procurava evitar a infração fiscal.
Segundo o “El País”, a defesa do rei apresentou uma declaração voluntária ao fisco relativa aos oito milhões de euros que Juan Carlos I recebeu em voos de uma companhia aérea de aviões privados, pagos até 2018 pela Fundação Zagatka, propriedade de um primo. A fruição desses voos é considerada uma espécie de pagamento do imposto de renda ao fisco.
Javier Sánchez Junco, advogado do ex-chefe de Estado, mantém contactos com o Ministério das Finanças espanhol. Esta segunda regularização da situação fiscal do rei emérito já deveria ter sido executada antes, mas dificuldades em provar a origem do dinheiro que foi pago ao fisco terão atrasado o processo.
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