
Está viva a corrida ao “planeta morto”. Três missões chegaram a Marte. O que as move em hora de ponta?
Está viva a corrida ao “planeta morto”. Três missões chegaram a Marte. O que as move em hora de ponta?
Jornalista
Uma torrente de artigos e editoriais na imprensa dos Estados Unidos apelidou-o de “planeta morto” quando 21 fotografias da superfície marciana, capturadas e enviadas no verão de 1965 pela sonda Mariner 4, chegaram à Terra pela primeira vez. O entusiasmo de Washington com Marte parecia esfriar perante as imagens de um deserto gélido, mas Carl Sagan mantinha acesa a confiança.
“Tire 20 fotografias da Terra com essa resolução e não terá qualquer hipótese de se deparar com vida aqui. Se existissem grupos de elefantes encostados uns aos outros perfazendo o comprimento de um quilómetro, a cobrirem todo o planeta, teriam passado despercebidos”, respondia aos mais céticos o astrónomo e divulgador científico numa entrevista, em 1973. E quando, numa palestra para um grupo de crianças, um rapaz lhe perguntou, preocupado, que aconteceria a uma sonda enviada pela humanidade para o planeta vermelho se “um marciano lhe furar um olho”, Sagan descansou-o ao seu estilo: “Isso seria fantástico! Porque o outro olho poderia vê-lo.”
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