
Governo de Pedro Sánchez negoceia com Filipe VI uma reforma da instituição monárquica, para adequá-la ao século XXI e travar o republicanismo ascendente
Governo de Pedro Sánchez negoceia com Filipe VI uma reforma da instituição monárquica, para adequá-la ao século XXI e travar o republicanismo ascendente
A monarquia espanhola enfrenta a primeira guilhotina política desde que foi restaurada, em 1976. No seu último discurso de 2020, Pedro Sánchez lançou em direto os seus alicerces: “Renovação, prestação de contas. É nisso que trabalha Filipe VI. Vamos passo a passo. Irão sabendo como se materializa o roteiro de renovação da Coroa no tocante a transparência e exemplaridade”, afirmou o primeiro-ministro, sem hesitar.
A realidade é que o Governo e a Casa Real estão a ultimar os detalhes de uma reforma destinada a suprimir alguns dos privilégios que a Constituição outorgou ao rei e que os escândalos causados por Juan Carlos I (pai do atual monarca) converteram em drama histórico. “Filipe VI está ciente de que o afastamento de boa parte da sociedade espanhola resulta do secretismo que rodeia a instituição e da sua inviolabilidade perante a lei, mais própria do antigo regime do que do século XXI”, reconhece ao Expresso um veterano deputado do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE, centro-esquerda), pedindo o anonimato. “O que está descartado é uma Lei da Coroa, como propõem Pablo Iglesias e o Unidas Podemos [UP, aliança de esquerda radical], para celebrar um referendo entre monarquia e república. Isso nem foi ponderado.”
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