Planear um desfalque com tempo e método (a investigação Expresso à corrupção que liga Lisboa à Guiné Equatorial)

Donald van den Bos era um intermediário organizado. Depois de um encontro em Lisboa, a 18 e 19 de fevereiro de 2009, com a construtora Armando Cunha, o holandês escreveu um relatório sobre o que foi discutido e enviou-o para o CEO da empresa portuguesa, Filipe Rego. No cabeçalho, Donald pôs o logótipo da Gabangare, companhia cujo beneficiário secreto é Gabriel Obiang, ministro das Minas e filho do Presidente da Guiné Equatorial.

Ao todo, foram enumerados nesse memorando 15 pontos, sendo o último deles um calendário de tarefas para cumprir entre março e junho de 2009. Logo no ponto 2 estava a “decisão sobre o facto de Armando Cunha operar sob o nome ACSA GE SA (Armando Cunha SA)”. E no ponto 13 foi desenhada uma estrutura em que a ACSA GE SA (GE significa Guiné Equatorial) surgia detida a 100% pela ACSA Cyprus Ltd e em que esta empresa, por sua vez, era controlada a meias pela Armando Cunha e pela Gabangare.

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