Havia expectativas sobre a conversa telefónica entre Boris Johnson, primeiro ministro do Reino Unido, e Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia já que, em praticamente um ano, as equipas negociais não tinham chegado a acordo acerca de pontos considerados determinantes e sem os quais não se finaliza o tratado composto por mais de 600 páginas para a saída do Reino Unido da União Europeia.
Certo é que no final continuou o desacordo em três áreas fundamentais. Num comunicado conjunto, os dois líderes saudaram "o facto de terem sido alcançados progressos em muitas áreas”. “No entanto, diferenças significativas permanecem em três questões críticas: igualdade de condições, governação e pescas. Ambos os lados sublinharam que o acordo não é viável se essas questões não forem resolvidas" e por isso agendaram nova conversa para a noite da próxima segunda-feira. Entretanto, os chefes de negociação voltarão a reunir-se novamente este domingo em Bruxelas.
As quotas e milhas de pesca a serem divididas entre o Reino Unido e os agora 27 países da UE, bem como as regras da concorrência equilibrada entre empresas britânicas e europeias e o enquadramento legal sobre possíveis futuras disputas já eram áreas em que o desacordo dificultava o acordo. A meros dias do prazo limite para a existência de um documento finalizado, para que fosse analisado pelo Parlamento Europeu, nem o Reino Unido nem a União Europeia parecem dispostos a ceder às exigências um do outro e o impasse mantém-se.
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