Exclusivo

Internacional

Moçambique. A marca do terror alastra em Cabo Delgado

Moçambique. A marca do terror alastra em Cabo Delgado
ZINYANGE AUNTONY/Getty Images

Três anos passados desde os primeiros ataques no norte de Moçambique, a tática dos insurgentes é mais brutal e mortífera. O Governo insiste no envio de tropas e no secretismo envolvendo as suas ações. Um recente pacote de investimento destinado a investir na região pode favorecer a população e os deslocados

Moçambique. A marca do terror alastra em Cabo Delgado

Cristina Peres

Jornalista de Internacional

Um foco obsessivo na segurança, combinado com o bloqueio da informação e o impedimento de acesso de órgãos de comunicação moçambicanos e internacionais às províncias atacadas pelos insurgentes afiliados do auto-denominado Estado Islâmico, caracterizam a atitude do Governo de Moçambique no que toca à situação na província de Cabo Delgado. Na opinião de Pedro Vicente, professor de Economia e diretor do programa NOVAFRICA, são dois erros que têm contribuído para o empate deste conflito, que ameaça cada vez maior número de pessoas na província de Cabo Delgado, no norte de Moçambique.

O modus operandi das autoridades resume-se a “tentativa e erro”, diz ao Expresso Pedro Vicente, testemunha ocular do abandono das populações a si mesmas por parte do poder central durante o trabalho no terreno que o NOVAFRICA, centro de investigação para a economia do desenvolvimento da Nova School of Business and Economics, fez em Moçambique, iniciado em 2016, ainda antes do início das hostilidades.

O trabalho desenvolvido no terreno pela equipa de investigação académica passou pela inclusão da população nas decisões relativas à comunidade, “o que permitiu constatar uma diminuição da violência”. Um segundo programa levado a cabo já depois do início do conflito centrou-se na sensibilização da comunidade para o islão moderado e “permitiu constatar que deu origem a uma melhor relação social”. Pedro Vicente defende que “incluir as comunidades religiosas é tão ou mais importante do que dar oportunidades económicas à população”.

Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CPeres@expresso.impresa.pt

Comentários
Já é Subscritor?
Comprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para se juntar ao debate