A possibilidade foi levantada, na passada semana, durante uma videoconferência do grupo de trabalho da ONU focado no lixo marítimo e nos microplásticos: mais de dois terços dos países-membros mostraram-se favoráveis à assinatura de um novo tratado mundial para travar a onda crescente de resíduos de plástico que poluem os oceanos.
Se nada for feito e a tendência se mantiver, com 29 milhões de toneladas despejadas no mar todos os anos, o fluxo de plástico triplicará até 2040.
Há, contudo, a hipótese de que os EUA e o Reino Unido não se comprometam com este acordo, escreve o jornal “The Guardian”. Os dois países afiguram-se como os mais produtores de resíduos de plástico, mas não declararam, até ao momento, interesse em rubricar um novo compromisso global.
O “Brexit” coloca o Reino Unido num impasse. Uma vez que está de saída da União Europeia, o país está dividido entre dois caminhos: ceder à pressão e aos pedidos crescentes para que um novo tratado seja assinado ou fortalecer o seu compromisso nos acordos já existentes para reduzir a poluição.
Os EUA têm neste momento outras prioridades, com o foco colocado numa turbulenta transição presidencial. Até agora, a administração de Donald Trump sempre se opôs a um novo tratado internacional.
“O apoio a um tratado global para reduzir os resíduos de plásticos é uma ação crítica que o executivo de Joe Biden pode tomar para corrigir os erros da era Trump”, averte Tim Gabriel, da Agência de Investigação Ambiental (EIA). “Temos a esperança de que, com uma mudança na liderança no topo, os Estados Unidos se juntem aos seus aliados e apoiem um acordo internacional”, conclui.
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