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Entrevista exclusiva a Fareed Zakaria: “Trump testou a democracia americana”

Entrevista exclusiva a Fareed Zakaria: “Trump testou a democracia americana”
Gabriela Bhaskar/The New York Times/4SEE

Jornalista, cientista político e autor, é uma das caras mais conhecidas da CNN. Para explicar a sua “narrativa alternativa”, lança esta semana em Portugal o livro “Dez Lições para Um Mundo Pós-Pandemia”

Entrevista exclusiva a Fareed Zakaria: “Trump testou a democracia americana”

Cristina Peres

Jornalista de Internacional

A conversa via Zoom começou às 9h (14h em Lisboa) de 4 de novembro, depois de uma longa noite eleitoral. Os resultados eram ainda inconclusivos, sê-lo-iam até à tarde de sábado 7, porém Fareed Rafiq Zakaria, nascido em Bombaim e imigrado nos Estados Unidos desde os anos 70, continuava a defender a vitória de Joe Biden. Como escrevera num op-ed do “Finan­cial Times” uma semana antes, “estava errado quando achei que Donald Trump perderia em 2016, aposto o mesmo em 2020”. “Era tanto a minha esperança como a minha previsão cien­tífica”, disse ao Expresso no arranque da entrevista, que teve no centro o livro que sairá em Portugal dia 17, “Dez Lições para Um Mundo Pós-Pandemia” (Gradiva). “É uma corrida apertada, mas há três semanas escrevi uma coluna na qual destacava o cenário que acho mais provável: Trump estaria à frente na noite das eleições, porque todos os votos presenciais o favoreciam, e depois Biden apanhá-lo-ia com a contagem dos votos não presenciais.” Se a sua reflexão sobre a atualidade for assim tão certeira...

É capaz de se seguir um pesadelo judicial em muitos estados. O facto de o processo poder prolongar-se no tempo poderá desmotivar os eleitores?

É uma boa pergunta, certamente que para aqueles de nós que esperavam que esta eleição fosse de completo repúdio de Trump, esse não é o cenário. O cenário aqui é da vitória de Biden com uma votação total razoável, equivalente ao que Trump obteve em 2016, mas não é uma votação esmagadora. Acho que confirma a ideia de que a América está profundamente polarizada e dividida. E também enfatiza a questão que levantou dos tribunais, que este é um modelo difícil para as pessoas olharem a maior democracia do mundo.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: CPeres@expresso.impresa.pt

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