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Espanha decreta estado de emergência até maio de 2021

Espanha decreta estado de emergência até maio de 2021
Mariscal / POOL

Medida, que deverá vigorar durante seis meses em todo o território espanhol, foi aprovada este domingo pelo Conselho de Ministros. Além do recolher obrigatório, vão ser proibidas as deslocações entre as comunidades autónomas, excepto em situações devidamente justificadas. Haverá policiamento nas ruas

Espanha decreta estado de emergência até maio de 2021

Helena Bento

Jornalista

Espanha decreta estado de emergência até maio de 2021

Miguel Cadete

Diretor-Adjunto

O Governo de Pedro Sanchez aprovou na manhã deste domingo a instauração do estado de emergência durante um Conselho de Ministros extraordinário. Será interdito circular entre as 23h00 e as 6h00, configurando aquilo que a imprensa espanhola chama de "confinamento nocturno".

Porém, desta vez, está previsto que o estado de emergência tenha uma duração de seis meses, mais precisamente até 9 de maio, passando a vigorar o recolher obrigatório tendo cada comunidade autonóma margem para atrasar ou adiantar uma hora o horário de recolhimento. Não está previsto o encerramento de fronteiras e as Canárias terão um estatuto excepcional devido ao baixo nível de contágio e à importância do turismo.

Estão também previstas outras restrições, nomeadamente ao nível dos encontros sociais. Não poderão reunir-se mais de seis pessoas, excepto de forem cohabitantes. Deslocações entre comunidades autónomas vão ser proibidas, excepto em situações devidamente justificadas por razões de saúde ou trabalho. O controlo será feito pelas forças de segurança. O objectivo, segundo o Sanchez, é fazer com que o número de casos por 100 mil habitantes baixe para 25. Neste momento, em Espanha, há 400 casos de infetados por covid-19 por 100 mil habitantes.

O vírus da covid-19 já infetou, até ao momento, mais de um milhão de pessoas em Espanha (barreira que foi ultrapassada, aliás, na quarta-feira desta semana, tornando-se o país o primeiro da Europa Ocidental a superar um milhão de infetados). Morreram cerca de 35 mil pessoas.

O "El País" já havia antecipado, com base em informações de fontes do Executivo, que a medida pudesse vigorar durante várias semanas. A maioria das comunidades autónomas apoiava-a, tendo em conta o aumento exponencial do número de casos de infeção no país.

É uma das previstas pela Constituição espanhola (artigo 116º) para "catástrofes naturais, crises sanitárias, crise no abastecimento de bens de primeira necessidade e paralisação de serviços essenciais" - as outras são o estado de exceção e de sítio.

O estado de emergência foi decretado pela primeira vez em Espanha a 10 de dezembro de 2010, quando uma greve de controladores aéreos obrigou ao cancelamento do tráfego aéreo no país. A segunda vez foi já durante a pandemia de covid-19, a 14 de março, tendo-se prolongado por 98 dias.

Na altura foram impostas medidas drásticas para tentar conter a transmissão do vírus (que implicaram uma paralisação económica), não sendo essa a intenção do Executivo neste momento, diz o "El País", que fala em "medidas mais leves". Confinar totalmente o país não é uma hipótese em cima da mesa.

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