Em Goris, pequena cidade no lado da fronteira da Arménia, autocarros e táxis apinhados de gente proveniente de Nagorno-Karabakh vão chegando a um delapidado baldio nas imediações da cidade. Os passageiros, na maioria mulheres, crianças e idosos, em fuga aos combates e bombardeamentos que há mais de uma semana assolam o enclave, são transferidos para um autocarro maior. Este depressa fica cheio. Daqui seguem para Yerevan, capital da Arménia, a cerca de quatro horas de viagem.
Zarui Stepanyan, uma viúva de Nurayukh, pequeno povoado junto a Stepanakert, capital de Nagorno-Karabakh, não consegue conter as lágrimas ao descrever a sua situação. A idosa, que aguarda, nervosa, para seguir viagem, vê de novo o seu país envolvido em guerra. Os seus três filhos são destacados para a frente de combate, com a missão de defender o território que ao longo de décadas tem sido palco de confrontos étnicos violentos entre azeris e arménios.
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