
Deixar cair o gasoduto Nord Stream 2 pode ser a oportunidade de Berlim acertar onde dói. Resistência internacional à dependência da Rússia faz-se ouvir
Deixar cair o gasoduto Nord Stream 2 pode ser a oportunidade de Berlim acertar onde dói. Resistência internacional à dependência da Rússia faz-se ouvir
Jornalista de Internacional
As sanções à Rússia regressaram à ordem do dia do discurso internacional desde que ficou provada a existência de vestígios do agente neurotóxico do chamado grupo novichok no sistema do líder da oposição russa, Alexei Navalny. Internado no Hospital Universitário Charité de Berlim, o seu diagnóstico indica que foi vítima de velhos métodos de neutralização dos opositores políticos praticados pelo Kremlin, tal como apontavam investigações independentes, que colocaram o caso na pista russa. É uma história semelhante e traz à memória o que aconteceu em 2018, quando outro envenenamento por novichok se manteve durante meses no fio das notícias, que seguiam o caso do ex-agente de informação militar soviético Sergei Skripal e da sua filha, Yulia, ambos contaminados com o veneno desenvolvido por cientistas da URSS na década de 70 em Salisbúria, Inglaterra.
Navalny saiu entretanto do coma induzido, na passada segunda-feira. Com os prognósticos relativos à evolução do seu estado de saúde reservados, o impacto na diplomacia internacional já deu azo a ondas de choque sonoras. Uma das mais fortes foi provocada pela veemente condenação pela chanceler alemã. Valeu críticas internas a Angela Merkel, porém foi clara: o gasoduto Nord Stream 2 pode ficar comprometido com o ataque ao opositor de Vladimir Putin. “Seria errado excluir qualquer possibilidade” neste momento, foram as palavras da governante, transmitidas na segunda-feira pelo seu porta-voz, Steffen Seibert.
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