Internacional

Berlim exige esclarecimentos a Minsk sobre destino de opositora

Apoiantes afirmam que Maria Kolesnikova, foi "sequestrada" esta segunda-feira

A Alemanha "exige saber onde se encontra" a opositora bielorrussa Maria Kolesnikova, que segundo os seus apoiantes foi "sequestrada" esta segunda-feira, indicou o ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Heiko Maas.

"Estamos muito preocupados com a senhora Kolesnikova", sublinhou Maas no diário Bild, num momento em que a Alemanha assegura a presidência semestral da União Europeia. "Exigimos saber onde se encontra e pedimos a libertação de todos os prisioneiros políticos na Bielorrússia", acrescentou.

"As repetidas detenções e a repressão, antes de tudo contra os membros do 'conselho de coordenação' [da oposição bielorrussa] são inaceitáveis", acrescentou o ministro social-democrata do Governo de coligação de Angela Merkel.

Maria Kolesnikova, uma importante figura da oposição que não optou por se exilar no estrangeiro, foi "sequestrada" por desconhecidos que a forçaram a entrar num veículo, anunciou o "conselho de coordenação" da oposição.

Desde então que não responde às chamadas telefónicas, à semelhança de dois membros da sua equipa.

A figura de proa da oposição, Svetlana Tikhanovskaia, refugiada na Lituânia, acusou as autoridades bielorrussas de promoverem uma política de "terror" e quando as autoridades do país já efetuaram mais de 600 detenções na sequência da manifestação de domingo em Minsk.

"Quando vemos as imagens de manifestantes pacíficos de Minsk, não podemos fechar os olhos ao facto de as pessoas pretenderem uma mudança política e de tipo de dirigentes", prosseguiu Heiko Maas.

Sublinhou ainda que o Governo alemão está a trabalhar na aplicação de uma séria de sanções europeias contra o regime do Presidente Alexander Lukashenko.

Maria Kolesnikova ainda não tinha reaparecido ao início desta noite. "Passaram mais de oito horas e não sabemos onde está Maria e o que lhe aconteceu", declarou Maxime Znak, um membro do conselho de coordenação, num vídeo publicado no YouTube.

O ministério do Interior bielorrusso, interrogado pela agência noticiosa AFP, indicou não possuir informação sobre esta detenção.

A Bielorrússia tem sido palco de várias manifestações desde 9 de agosto, quando Alexander Lukashenko, no poder desde 1994, conquistou um sexto mandato presidencial.

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