Durante a audiência geral das quartas-feiras, realizada na biblioteca do palácio pontifício - e não na praça de São Pedro, devido à pandemia de covid-19 -, Francisco lembrou que a explosão também destruiu parte da cidade.
"Rezemos pelas vítimas e suas famílias, e rezemos pelo Líbano para que, com o compromisso de todos os seus componentes políticos, sociais e religiosos, possa enfrentar este momento trágico e doloroso", disse o Papa Francisco, que pediu à comunidade internacional para ajudar o país.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que se deslocará esta quinta-feira ao Líbano, onde se reunirá com o seu homólogo libanês, Michel Aoun, e com o primeiro-ministro, Hassan Diab, precisou o Eliseu à agência France Presse.
Hoje à tarde, o primeiro-ministro francês, Jean Castex, reúne-se com os principais ministros envolvidos para "coordenar o socorro e ajuda" que a França vai enviar para o Líbano.
"Três aviões partem hoje para Beirute, um deles de Marselha (sul) com equipas de médicas para intervenção imediata, dois de (aeroporto parisiense) Roissy com 25 toneladas de material, equipas de segurança do Ministério do Interior", indicou o chefe da diplomacia francesa, Jean-Yves Le Drian.
O primeiro-ministro do Líbano, Hassan Diab, afirmou esta quarta-feira que o país está a viver “uma verdadeira catástrofe” e voltou a pedir a ajuda de todos os países e amigos do Líbano após as explosões da véspera no porto da capital, Beirute. Num breve discurso televisivo, o governante reiterou a promessa de encontrar e punir os responsáveis pelas duas explosões que fizeram pelo menos 100 mortos e mais de quatro mil feridos.
Em reação, o Alto Representante da União Europeia para a Política Externa, Josep Borrell, escreveu no Twitter: “A UE expressa a sua total solidariedade e apoio às famílias das vítimas, à população e às autoridades libanesas na sequência das violentas explosões que afetaram Beirute”. O Comissário Europeu para a Gestão de Crises, Janez Lenarcic, adiantou que Bruxelas já está em contacto com Beirute para enviar a ajuda necessária após as explosões. E o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reiterou que “a UE está preparada para fornecer assistência e apoio”.
O Governo francês vai enviar para o Líbano dois aviões de transporte militar com equipas da Proteção Civil e material com ajuda de emergência. Fontes do Eliseu indicaram que os dois aparelhos militares, um A400M e um MRTT, vão transportar 55 pessoas e 15 toneladas de material, assim como uma unidade sanitária que pode prestar cuidados a 500 feridos. Os aviões devem partir de Paris ao fim da manhã desta quarta-feira. De França também seguirá mais uma dezena de médicos e enfermeiros especializados em situações de emergência para reforçarem os hospitais e as equipas locais. Fontes governamentais de Paris indicaram igualmente que os militares franceses da Força de Paz das Nações Unidas no Líbano já estiveram no local da explosão, onde prestaram ajuda.
De madrugada seguiram do Governo holandês 67 profissionais especializados em missões humanitárias, incluindo médicos e enfermeiros, para ajudar nos trabalhos de busca e resgate das vítimas da explosão. De acordo com a ministra para a Cooperação e o Desenvolvimento, Sigrid Kaag, a equipa que já se encontra em Beirute tem “uma especial experiência na busca de sobreviventes soterrados em escombros”.
Moscovo anunciou entretanto o envio de cinco aviões de carga com ajuda de emergência para Beirute. O ministro russo para as Situações de Emergência especificou que seguirá também pessoal médico e serão montados hospitais de campanha e um laboratório para testes ao novo coronavírus. Também a Jordânia vai enviar um hospital de campanha e equipas médicas de socorro. Anteriormente, o Egito iniciou a instalação de um outro hospital de campanha para receber as vítimas da explosão que precisam de tratamento urgente.
“Lamentamos profundamente que as explosões de Beirute tenham matado ou ferido muitos dos nossos irmãos e irmãs libaneses”, afirmou o Ministério turco dos Negócios Estrangeiros, em comunicado. O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, também declarou no Twitter “o apoio ao Líbano e irmãos libaneses”, à semelhança do que já fizeram o Irão e a Grécia.
Os residentes de Beirute acordaram num cenário de devastação total. As colunas de fumo eram ainda visíveis no porto. As principais ruas do centro da cidade estavam repletas de destroços, veículos danificados e as fachadas dos edifícios totalmente destruídas, de acordo com uma reportagem da Associated Press. Nos hospitais, um pouco por toda a cidade, milhares de pessoas ficaram toda a noite à espera de notícias dos seus familiares que tinham desaparecido ou ficado feridos. Há ainda vários relatos nas redes sociais de pedidos de ajuda para encontrar familiares.