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Coreia do Norte vai lançar 12 milhões de panfletos de propaganda sobre Coreia do Sul

Coreia do Norte vai lançar 12 milhões de panfletos de propaganda sobre Coreia do Sul
JUNG YEON-JE/AFP/Getty Images

O regime de Pyongyang imprimiu cerca de 12 milhões de panfletos que expressam a "raiva e ódio" do povo norte-coreano e também preparou "vários tipos de equipamentos" para disseminar essa propaganda no território sul-coreano, o que inclui cerca de três mil balões

A Coreia do Norte planeia enviar para a Coreia do Sul cerca de 12 milhões de panfletos de propaganda através de balões, em "retaliação" por ações semelhantes de ativistas a partir de Seul, anunciou Pyongyang esta segunda-feira.

O regime liderado por Kim Jong-un tinha ameaçado avançar com essa medida após anunciar na semana passada que estava a cortar o diálogo com o país vizinho e que ia enviar tropas para a fronteira entre as duas Coreias, tudo devido à distribuição de propaganda para a Coreia do Norte, o que, segundo Pyongyang, viola o pacto bilateral de 2018.

"Os preparativos para a distribuição mais ampla de folhetos até o momento estão quase completos", informou a agência estatal da Coreia do Norte, a KCNA, acrescentando que a iniciativa é "retaliação contra aqueles que lançaram um insulto intolerável" para o país.

O regime de Pyongyang imprimiu cerca de 12 milhões de panfletos que expressam a "raiva e ódio" do povo norte-coreano e também preparou "vários tipos de equipamentos" para disseminar essa propaganda no território sul-coreano, o que inclui cerca de três mil balões, de acordo com a KCNA.

A agência de notícias oficial norte-coreana não especificou para quando está agendada a distribuição dos panfletos, a última medida anunciada pela Coreia do Norte depois de Pyongyang ter destruído o escritório de ligação inter-coreano em 15 de junho e anunciado o envio de tropas para a fronteira.

Em 19 de junho, o Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, aceitou a demissão do ministro da Unificação, Kim Yeon-chul, na sequência do agravamento da tensão com a Coreia do Norte.

O ex-ministro, também académico e anterior dirigente de um importante centro de estudos estratégicos sobre a Coreia do Norte, tinha sido empossado no cargo em abril de 2019 para impulsionar as relações bilaterais, na sequência do fracasso da cimeira entre o Presidente norte-americano, Donald Trump, e Kim Jong-un, em Hanói, em fevereiro do mesmo ano.

No entanto, e perante a possibilidade de retomar os projetos de cooperação económica intercoreana, devido ao bloqueio na cimeira, Kim pouco pôde fazer, dado que Pyongyang assumiu progressivamente um tom mais duro com Seul e Washington.

Observadores disseram acreditar que o regime norte-coreano está a usar o lançamento destes balões como desculpa para agravar uma estratégia de pressão, originada pelo fracasso da cimeira de Hanói, onde não conseguiu o fim das sanções internacionais.

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