A pressão política acumulada ao longo das últimas semanas entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul acabou por se libertar numa explosão, uma explosão literal: a do gabinete de negociações intercoreano, construído em 2018, uma altura bem diferente na história das relações entre os dois países.
Esta terça-feira, por volta das 15h locais (7h em Portugal Continental), o regime norte-coreano anunciou que tinha destruído o local especialmente edificado como local, simbólico e utilitário ao mesmo tempo, de um novo tempo. Seria ali, na cidade fronteiriça de Kaesong, ainda em território do Norte, que se conduziriam, no futuro, negociações de paz, acordos comerciais e tudo o resto que fosse preciso para voltar a aproximar as duas coreias que já foram um país uno.
Nessa altura, a relação de ambos os países parecia ter entrado numa fase mais calma, em que os dois lados estavam dispostos a ouvir as exigências do outro. Moon Jae-in, Presidente da Coreia do Sul, passou o paralelo 38 do sul para o norte, e fotos históricas foram tiradas então. Mas nas últimas semanas a tensão entre os dois países voltou a atingir níveis preocupantes, muito por causa da propaganda, em forma de panfletos, que os desertores que fogem no Norte enviam, através de posições estratégicas no Sul, para as aldeias e cidades próximas da fronteira, na tentativa de convencer cada vez mais norte-coreanos a abandonar o país, enfraquecendo progressivamente o regime de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte.
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt