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“A vida das pessoas tem de vir em primeiro lugar”: a explicação da cooperação política que travou o avanço da covid-19 na Bahia

O prefeito de Salvador, ACM Neto, e o governador da Bahia, Rui Costa
O prefeito de Salvador, ACM Neto, e o governador da Bahia, Rui Costa
Bruno Peres/Ministério das Cidades

Em entrevista ao Expresso, Rui Costa, governador do estado da Bahia, e Antônio Carlos Magalhães Neto, o presidente da câmara da capital Salvador, explicam as razões para que a pandemia de covid-19 tenha sido travada com maior eficácia na região. Para isso muito contribuiu a cooperação política: num país a ferro e fogo politicamente, o governador do Partido dos Trabalhadores (de Lula da Silva) e o prefeito dos Democratas (centro-direita) entendem-se às mil maravilhas. De tal forma que até dão conferências de imprensa em conjunto

Ricardo Oliveira Duarte

Por estes dias o médico Drauzio Varella elogiou a ação conjunta Governo/Prefeitura. Sente que a cooperação Governo da Bahia/Prefeitura de Salvador poderá ser considerada um exemplo?
Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto):
De facto, desde antes da confirmação oficial do primeiro caso de covid-19 em Salvador, a Prefeitura de Salvador e o governo estadual decidiram que a melhor alternativa para enfrentar a pandemia era trabalhar em conjunto. Com esse objetivo, participamos de várias reuniões, realizamos ações em comum e todas as secretarias (do governo e do Estado) que atuam na linha de frente do combate à doença passaram a trabalhar em conjunto. Essa parceria, muito comentada nas redes sociais e por emissoras de rádio e televisão por eu e o governador sermos de campos políticos opostos, é importante porque sinaliza que a vida das pessoas tem de vir em primeiro lugar e, também, que a ciência deve ser respeitada, jamais ignorada. E, desde que começamos a trabalhar em conjunto, a Prefeitura e o governo têm sido fundamentais no combate à disseminação do coronavírus porque tudo é planejado, não há vaidades ou interesses políticos.

Rui Costa (RC): Em um momento tão grave como esse que estamos vivendo, em que um vírus ameaça a vida de milhões de pessoas, não é hora de pensar ou valorizar as diferenças políticas. O momento é de unir forças em defesa da vida. É isso que tenho buscado fazer, seja com o prefeito de Salvador e também com todos os prefeitos do interior do estado com quem precisamos dialogar e adotar medidas conjuntas para combater o Coronavírus. Não tem que ver quem faz parte do partido A ou B. A prioridade deve ser salvar vidas. Se isso se torna um exemplo é só mais um sinal que estamos adotando a postura correta. Os países que conseguiram combater a pandemia com mais eficácia, evitando milhares de mortes, são aqueles onde houve maior alinhamento e responsabilidade por parte dos governantes.

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