Regina Duarte abandona cargo de secretária da Cultura do Brasil
A atriz brasileira tinha assumido a pasta a 4 de março. Bolsonaro afirma que Regina Duarte pediu mais tempo para a família, mas os desentendimentos já eram evidentes
A atriz brasileira tinha assumido a pasta a 4 de março. Bolsonaro afirma que Regina Duarte pediu mais tempo para a família, mas os desentendimentos já eram evidentes
Editor da Secção Internacional
Regina Duarte já não é secretária especial da Cultura do Brasil. Deixa o cargo após dois meses e meio, sem ter cumprido a missão de ‘pacificar’ o sector. O Presidente Jair Bolsonaro anunciou esta quarta-feira que a ex-governante transita para a Cinemateca Brasileira, escreve o jornal “O Globo” na sua edição digital.
“Regina Duarte relatou que sente falta de sua família, mas para que ela possa continuar contribuindo com o Governo e a Cultura Brasileira, assumirá, em alguns dias, a Cinemateca em São Paulo. Nos próximos dias, durante a transição, será mostrado o trabalho já realizado nos últimos 60 dias”, afirmou Bolsonaro nas redes sociais.
A desafinação entre Duarte e Bolsonaro teve um episódio ilustrativo este mês, quando no passado dia 5 o Governo renomeou para presidente da Fundação Nacional de Artes (Funarte) o maestro Dante Mantovani, que a atriz exonerara no primeiro dia no cargo. Os mais próximos do Presidente no Executivo desejavam o afastamento de Regina Duarte, adianta o jornal carioca.
Há quatro dias fora demitido o número dois de Regina Duarte na Secretaria da Cultura, Pedro José Vilar Godoy Horta. A demissão foi assinada pelo ministro-chefe da Casa Civil, Walter Braga Netto, que não o substituiu. Horta era um nome de confiança de Regina Duarte e chegou a ser seu chefe de gabinete em março, passando a secretário especial adjunto no fim de abril.
Regina Duarte foi criticada por muitos membros da cultura brasileira depois de uma entrevista à CNN em que desvalorizou o balanço letal da covid-19 no país e as atrocidades cometidas durante a ditadura militar de 1964-85. Chegou a cantarolar uma canção daquele período, dizendo que então era bom. Isto motivou um manifesto de repúdio assinado por mais de 500 personalidades, contra a mulher que interpretou no ecrã personagens como a Viúva Porcina da telenovela “Roque Santeiro” ou a protagonista de “Rainha da Sucata”.
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