
As crescentes suspeitas sobre os negócios escuros do rei emérito Juan Carlos I obrigaram o seu filho a repudiá-lo e a desvincular-se publicamente das suas manobras
As crescentes suspeitas sobre os negócios escuros do rei emérito Juan Carlos I obrigaram o seu filho a repudiá-lo e a desvincular-se publicamente das suas manobras
Afamília real espanhola tem de agradecer à pandemia de coronavírus o manto de silêncio com que se cobriu, de momento, a mais grave crise sofrida pela instituição monárquica nos últimos anos. Se não fosse assim, toda a atenção pública estaria agora centrada nas graves motivações que obrigaram o atual monarca, Felipe VI, a repudiar publicamente no dia 15 do passado mês de março (domingo) — juntamente com a declaração do estado de alarme anunciada oficialmente em todo o país — o seu pai e antecessor, a desvincular-se das manobras financeiras deste e a retirar-lhe a verba pecuniária (cerca de €200 mil anuais) que o rei emérito recebia a cargo do erário do Estado. Uma rutura total que, além da cisão familiar, implicava dar credibilidade a partir da mais alta magistratura da nação às graves suspeitas que se brandiam nos últimos anos sobre as atividades económicas de Juan Carlos I. A inviolabilidade legal da figura do rei, que está consagrada constitucionalmente, no momento em que foram cometidos esses factos salvou até agora o monarca da prossecução de várias iniciativas de investigação judicial em Espanha, mas é insensato prever que esta situação venha a prolongar-se eternamente. A procuradoria, mas também o Parlamento (que já o tentou por diversas vezes), acabarão por indagar a conduta do monarca agora repudiado pelo seu filho.
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