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Especialistas suecos criticam estratégia de combate à pandemia seguida no país. Pedem "medidas rápidas e radicais"

Especialistas suecos criticam estratégia de combate à pandemia seguida no país. Pedem "medidas rápidas e radicais"
JONATHAN NACKSTRAND / AFP / Getty Images

A Suécia, que adotou medidas de contenção da propagação mais ligeiras do que a generalidade dos países europeus, soma já mais de mil mortos

Especialistas suecos criticam estratégia de combate à pandemia seguida no país. Pedem "medidas rápidas e radicais"

Mafalda Ganhão

Jornalista

Numa carta aberta particularmente crítica em relação à abordagem escolhida pela Suécia para controlar a propagação do coronavírus, um grupo de 22 médicos, virologistas, epidemiologistas e invesigadores condenam a estratégia seguida pelo país e deixam um apelo aos políticos para fazerem marcha-atrás, tomando “medidas rápidas e radicais”.

Com a pandemia a espalhar-se, escrevem, “é necessário aumentar a distância social”. Tal como na vizinha Finlândia, acrescentam, “fechar escolas e restaurantes”, além de ter de ser exigida quarentena para toda a família “se um membro estiver doente ou testar positivo para o vírus”.

A Suécia ultrapassou já a fasquia das mil mortes – 1033 em concreto – com mais de metade a serem registadas na capital, Estocolmo.

Em relação à Agência de Saúde Pública do país, o grupo de especialistas vai mais longe, e acusa este organismo de, em quatro ocasiões distintas, ter afirmado que a propagação da doença estabilizara, apesar das provas em contrário.

Com uma população de 10,3 milhões de habitantes, a Suécia adotou medidas de contenção da propagação mais ligeiras do que a generalidade dos países europeus. Foram adiados os grandes eventos públicos, mas as escolas continuam abertas e apenas foi pedido aos cidadãos para assumirem a responsabilidade de seguir as diretrizes de distanciamento social.

É pouco, acusam os especialistas. Com 11.445 pessoas infetadas, 915 delas internadas em unidades de cuidados intensivos, é preciso fazer passar na sociedade a mensagem de que qualquer pessoa pode ficar doente, dizem. “Se houvesse uma estratégia bem desenvolvida e a funcionar bem, metade dos residentes idosos de Estocolmo não teria sido afetada pela epidemia”, pode ler-se na carta.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MGanhao@expresso.impresa.pt

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