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Internacional

Giannis encontrou a história mais devastadora (capítulo VI de “Um Desastre Humanitário”)

Giannis encontrou a história mais devastadora (capítulo VI de “Um Desastre Humanitário”)
Anadolu Agency/ Getty Images

O Expresso tem publicado desde a semana passada um conjunto de artigos sobre aquilo a que os Médicos Sem Fronteiras chamaram “um novo desastre humanitário”. A Turquia, país com quase quatro milhões de refugiados, abriu as suas fronteiras e muitos desses refugiados começaram a passar. Sobretudo rumo à Grécia, onde o Governo local chamou “invasão” ao que está a acontecer. Este é o capítulo VI desta história: onde há um jovem desesperado e um lugar destruído

Giannis encontrou a história mais devastadora (capítulo VI de “Um Desastre Humanitário”)

Marta Gonçalves

Coordenadora de Multimédia

Um rapaz sentado na relva. Tinha cruzado a fronteira e entrado na Europa há umas horas. Fê-lo ilegalmente. É iraniano. “Dei com ele sozinho, nos arredores de uma vila, estava completamente desesperado.” É o fotógrafo Giannis Papanikos quem nos conta aquela que é a “história mais devastadora” que encontrou. “Começou a chorar enquanto atirava para o chão os seus diplomas da universidade.” Minutos depois apareceu a polícia, pegou naquele rapaz e obrigou-o a atravessar novamente a fronteira, deixou-o de onde partiu: Edirne, na Turquia.

Giannis Papanikos está na região de Evros, do lado grego da fronteira entre a Grécia e a Turquia desde o dia em que foi anunciada a decisão do Governo Ancara de permitir a passagem de migrantes e refugiados para a Europa. “A situação agora está estável”, conta-nos. Já está no hotel porque as coisas estão mais calmas e além disso, refere, o acesso da imprensa ao local onde as pessoas tentam passar é limitado. “Sempre o foi porque se trata de uma zona militar e porque a relação entre os dois países é tensa há muito tempo. Só nos dão acesso a uma zona especifica uma ou das vezes por dia para fotografar à distância.”

Passou mais de uma semana desde que, aos poucos, foram chegando pessoas a Edirne, a última cidade turca antes de se chegar à entrada da Grécia. Nos primeiros dias, as pessoas juntavam-se na fronteira, encostavam-se o mais possível à vedação de arame farpado que separa os dois países. Agora já não é assim. Talvez o cansaço de muitos dias as tenha feito afastar-se. “Já não estão logo ali ao pé da fronteira. A maioria dos migrantes recuaram e passam os dias no campo.” Um campo que se ergueu rapidamente de plásticos e troncos de árvores, com algumas tendas e onde pelo menos quatro mil pessoas permanecem à espera, na esperança de um dia ser a sua vez de entrar na Europa.

“Quando aqui cheguei havia confrontos muito violentos com a polícia grega e os militares do exército. À medida que os dias passam, estão a afastar-se e a abandonar os seus esforços desesperados de atravessar a qualquer custo a fronteira”, diz o fotógrafo. Ainda assim, há quem tente. Tal como o jovem iraniano que, sentado no chão - e mesmo depois de já ter entrado na Europa -, percebia como tudo aquilo que quisera não era o que imaginara.

Várias pessoas tentam abrir passagem pela vedação que separa a Turquia da Grécia
picture alliance/Getty Images

Com o presidente da Turquia em Bruxelas para negociar, e após vários dias de caos às portas da Europa, Giannis Papanikos acredita que nos próximos dias a zona de Edirne e todas as vilas junto à fronteira sejam evacuadas. “Acho que é isso que as autoridades turcas vão fazer. E, no futuro, vão usar estas pessoas novamente como arma política.”

Entretanto, a fronteira está a ser alvo de uma ação de “reparação e reforço” na zona de Kastanies, onde têm sido feitas mais tentativas de passagens ilegais - e isso muitas vezes implica destruir a vedação. Referem os jornalistas locais que as movimentações desta segunda-feira se resumiam às pessoas envolvidas nos trabalhos de reparação.

O que resta

Comece por ver estas imagens. Antes de continuar a ler, pressione no play e deixe correr os vídeos que mostram o espaço do One Happy Family, um centro comunitário na ilha grega de Lesbos, a poucos quilómetros de Moria. Veja como há um ginásio, um café ou workshops para preparar os migrantes e os refugiados para a vida quando saírem dali. E ouça a Julia, uma das coordenadoras, a explicar porque é importante ter um sítio como estes.

Veja e ouça.

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E agora, veja esta fotogaleria. São doze.

Giannis encontrou a história mais devastadora (capítulo VI de “Um Desastre Humanitário”)
Anadolu Agency/ Getty Images
Giannis encontrou a história mais devastadora (capítulo VI de “Um Desastre Humanitário”)
Anadolu Agency/ Getty Images
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São os mesmos lugares. O vídeo foi filmado em novembro de 2018. As imagens foram fotografadas este fim de semana.

O centro comunitário foi destruído pelo fogo.

No One Happy Family há - havia - tudo aquilo que é normal encontrar num bairro: café, ginásio, cabeleireiro e barbeiro, alfaiate, cinema, jardins e parques infantis. E depois há - havia - ainda mais do que isso: a rádio, o clube multimédia, as aulas de dança, yoga e artes marciais, há um campo multidesportivo e até um lounge de shisha. O centro comunitário recebe - recebia - diariamente cerca de mil pessoas. E a cada uma delas era dada uma refeição quente, coisa que dificilmente se consegue arranjar no campo de Moria.

Há cerca de duas semanas que os voluntários deixaram de abrir os portões desta espécie de vila. “Começou a tornar-se inseguro”, explica ao Expresso Fabian Bracher, um dos responsáveis pelo centro. Os problemas tornaram-se constantes com o aumento de tensões na ilha e com a escalada de violência, sobretudo por pequenos grupos de locais associados a movimentos de extrema-direita (aliás, ainda no final da semana passada aterraram na ilha pessoas de grupos radicais alemães e austríacos, tendo sido entretanto expulsos). E, este sábado à noite, os coordenadores do One Happy Family receberam uma chamada: o centro estava em chamas.

“Ainda não estamos certos da origem do incêndio. Está a ser investigado e, por isso, preferimos não fazer acusações”, diz Fabian, ainda assim lembrando que nos últimos dias vários carros de organizações não-governamentais foram vandalizados e mais dois edifícios incendiados.

Um dos projectos que ficou mais devastado foi a escola da paz. Tal como o nome indica, era uma escola. Todos os dias, cerca de 200 crianças do campo de Moria tinham ali aulas - e também momentos de brincadeira e uma refeição quente. Do espaço resta pouco mais do que cinzas.

“Ainda não sabemos o valor do que perdemos. Também não sabemos o quanto será preciso para voltar a reerguer tudo isto e voltar a funcionar”, acrescenta Fabian. “Mas sabem o que é mais bonito no meio de tudo?”, questiona. “A quantidade de ajuda que já nos ofereceram. Já tantos migrantes e refugiados de Moria vieram ter connosco a perguntar o que era preciso fazer. Perguntam-nos o que é preciso limpar, o que é preciso reconstruir.”

O One Happy Family nunca fechava. Quando o Expresso visitou Moria, o centro esteve fechado durante um dia. Tinha ficado sem água e não havia condições mínimas para manter o lugar em funcionamento. E nesse dia, junto ao Centro de Recepção e Identificação de Moria (o campo oficial e controlado pelas autoridades gregas), havia muito mais homens sentados no muro sem nada para fazer, mais mulheres a subir a rua sem qualquer destino, mais miúdos que corriam e não tinham aulas. Qualquer pessoa que esteja em Moria sabe o que é o One Happy Family e sabem a diferença que um lugar como aquele pode fazer a diferença.

Em 2018, Julia, uma das coordenadoras, descrevia assim a importância: “é um espaço e um ambiente seguro para as pessoas que precisam de descansar e esquecer-se da sua vida em Moria. Aqui, cada um deles importa, cada um deles tem a sua voz e isso é muito diferente daquilo que encontram no campo, onde são apenas números e onde ninguém se preocupa com eles.”

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