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Covid-19. “A nova Wuhan” em Itália, concentrações proibidas em França e embaixadas fechadas na Coreia do Norte

Covid-19. “A nova Wuhan” em Itália, concentrações proibidas em França e embaixadas fechadas na Coreia do Norte
Paolo Salmoirago/EPA

A Itália é, depois da China, o país com maior número de mortos, apesar de a Coreia do Sul ser o segundo com mais infetados. As autoridades italianas impuseram um isolamento, sem precedentes em tempos de paz, que afeta 16 milhões. Os últimos números divulgados na China e na Coreia do Sul indiciam que o vírus poderá estar controlado no nordeste asiático

Covid-19. “A nova Wuhan” em Itália, concentrações proibidas em França e embaixadas fechadas na Coreia do Norte

Hélder Gomes

Jornalista

A Itália continua a ser o país europeu a suscitar mais preocupações com o coronavírus Covid-19. No domingo, foram registadas mais 133 mortes, elevando o total de óbitos para 366. Neste momento, a Itália, com 7.375 infeções contabilizadas, é, depois da China, o país com maior número de mortos em todo o mundo, apesar de a Coreia do Sul ser o segundo com mais casos de infetados (7.382 casos e 51 mortos).

As autoridades italianas impuseram este fim de semana um isolamento, sem precedentes em tempos de paz, que afeta 16 milhões de pessoas em grande parte do norte do país. “Somos a nova Wuhan”, disse um residente de Milão ao jornal “The New York Times”, em referência à cidade chinesa onde o vírus teve a sua origem.

O Irão é outro foco importante de infeção e mortandade, com 49 novas mortes registadas no domingo, totalizando 194 óbitos e 6.566 casos de infeção até à data.

A esmagadora maioria dos casos continua a ser registada na China, com 80.735 infeções e 3.119 mortos.

A nível mundial, são mais 109 mil os casos confirmados de infeção, mais de 3.800 o número de mortes e mais de 62 mil os casos de recuperação.

Avanço na China e na Coreia do Sul em retração

Os últimos números divulgados na China e na Coreia do Sul parecem indicar que o vírus poderá estar controlado – ou em vias de o ser – no nordeste asiático, ainda que no primeiro caso, em fevereiro, já se tenha assistido a um crescimento explosivo no número de casos de um dia para o outro.

No domingo, foram confirmados 40 novos casos na China, menos quatro do que na véspera, o número mais baixo desde que as autoridades chinesas de saúde começaram a divulgar dados nacionais a 20 de janeiro. Pelo segundo dia consecutivo não foram registados novos casos de transmissão local fora da província de Hubei, o epicentro do vírus.

Na Coreia do Sul, um total de 248 novos casos foi confirmado no domingo, o que representa o menor aumento desde o final de fevereiro e o quarto dia consecutivo em que baixa o número de casos. As autoridades do país adotaram entretanto um novo sistema de distribuição de máscaras e racionaram o número que cada pessoa pode comprar por semana.

Coreia do Norte encerra várias embaixadas

Na vizinha Coreia do Norte, a agência de notícias France-Presse relata que várias embaixadas foram encerradas esta segunda-feira e que os diplomatas estão a ser encaminhados para os respetivos países. As autoridades de Pyongyang ainda não confirmaram um único caso de infeção, mas impuseram regras rígidas que incluem o encerramento de fronteiras e o isolamento de milhares de norte-coreanos.

O Grand Princess, um navio de cruzeiro com mais de 3.500 pessoas de 54 países a bordo, deverá atracar em Oakland, no estado norte-americano da Califórnia, esta segunda-feira. Há 21 casos confirmados de infeção entre os passageiros. Todas as pessoas que seguem a bordo ficarão em quarentena durante 14 dias. Nos EUA, o número de casos confirmados ultrapassa o meio milhar e há registo de 22 mortos.

No Diamond Princess, outro cruzeiro a inspirar cuidados e que se encontra atracado ao largo de Yokohama, no Japão, já há registo de 696 casos e oito mortos.

Concentrações de mais de mil pessoas proibidas em França

Além do caso italiano, França, Alemanha e Espanha são os países que suscitam mais preocupações. Até ao momento, há 1.126 casos confirmados em solo francês e 19 mortos, tendo o Governo proibido este domingo concentrações de mais de mil pessoas para conter a propagação do coronavírus.

A Alemanha vem logo a seguir em número de casos (902), apesar de não ter registado ainda quaisquer mortes. Em Espanha, há 430 casos confirmados e oito mortos.

Ainda na Europa, o Reino Unido e a Holanda contabilizaram três mortos cada um, a Suíça dois e San Marino um.

Em Portugal, há 31 casos confirmados. Em comunicado publicado este domingo, a Direção-Geral da Saúde anunciou “o fecho preventivo de todas as escolas” em Felgueiras e Lousada. O Governo considera que os habitantes destes dois concelhos do distrito do Porto devem evitar deslocações desnecessárias e encontros sociais.

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