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Internacional

Um novo desastre humanitário (capítulo I)

Há pelo menos 10 mil pessoas encurraladas numa fronteira bem real mas plena de simbolismo - a que abre as portas da União Europeia. E o que está a acontecer com essas 10 mil pessoas encurraladas é também bem real mas pleno de drama e até de violência: a Turquia abriu as suas fronteiras, as que têm o sonho europeu do lado de lá, e os refugiados começaram a passá-la, sobretudo rumo à Grécia, mas o que encontraram foi o pesadelo europeu: o exército grego já anunciou que vai levar a cabo “exercícios com balas reais” e o Governo helénico diz mesmo que o país está a ser invadido. Os Médicos Sem Fronteiras (nessas não-fronteiras são todos bem-vindos) dizem ter palavras reais, simbólicas, dramáticas e violentas para alertar o mundo: “desastre humanitário”

Um novo desastre humanitário (capítulo I)

Marta Gonçalves

Coordenadora de Multimédia

Um novo desastre humanitário (capítulo I)
Anadolu Agency/ Getty Images
Um novo desastre humanitário (capítulo I)
Anadolu Agency/ Getty Images
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Uma criança morreu. É uma história que se repete: morreu uma criança no mar quando tentava chegar à Europa. É um facto sem segundas leituras. Tudo o resto que aconteceu - que continua a acontecer - nas fronteiras entre a Turquia e a Grécia é explicado de formas diferentes. Não são factos tão simples: depende de quem conta, do lado da fronteira em que se está e até das organizações que se representa. O Governo turco deixou de fechar aos refugiados a porta de entrada na Europa e, nos últimos dias, centenas de pessoas passaram a fronteira rumo a território grego - cujas autoridades estão a intensificar a vigilância. Um menino morreu e não lhe sabemos a idade ou a nacionalidade. Sabemos que é 17ª pessoa a morrer este ano ao largo da ilha grega de Lesbos. Que com ela o número de vidas que já se perderam em 2020 na rota do Mediterrâneo oriental sobe para 64 (morreram três em igual período do ano passado).

Uma segunda criança que também estava a bordo da embarcação que naufragou esta segunda-feira foi levada para o hospital. “Está fora de perigo”, garantem em comunicado as autoridades gregas. O barco virou-se no Egeu logo nas primeiras horas da manhã. Como tantas vezes, trazia demasiada gente a bordo. Quase 50 numa embarcação.

Desde que no final da semana passada a Turquia parou de impedir a passagem de migrantes para a Europa - um controlo previsto no acordo assinado entre o Governo de Recep Erdogan e a União Europeia, em 2016 -, milhares de pessoas tentaram atravessar. Quantas? A informação é contraditória. Certo é que, segundo as Nações Unidas, desde domingo de manhã entraram ilegalmente só nas ilhas gregas pelo menos mil pessoas.

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“O aumento do número de chegadas é significativo, passámos de uma média de 200 a 300 pessoas na semana passada para 500 a 800 nos últimos dias”, afirmou Manos Logothetis, secretário de Estado grego responsável pelos pasta dos pedidos de asilo.

A tensão entre turcos e gregos escalou. E além das crescentes dificuldades no controlo de fronteiras, as forças de segurança de cada país trocam acusações. Nas redes sociais circula um vídeo de uma embarcação da guarda costeira helénica que se aproxima demasiado de um pequeno barco de borracha uma vez mais sobrelotado - o objetivo dessa aproximação é criar instabilidade. No mesmo vídeo um terceiro barco parece impedir os migrantes de se aproximarem enquanto alguém os atinge com um bastão. As imagens, referem as agências internacionais, foram divulgadas pela Turquia. A Grécia, através de um porta-voz do Governo, nega. Diz que são manipuladas.

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Por outro lado, a guarda costeira grega acusa a Turquia de escoltar embarcações até águas territoriais europeias.

Ameaças, agressões, “mais caos, mais violência”

Ainda em Lesbos, no porto de Thermi, um grupo de populares foi filmado a impedir o desembarque de migrantes que acabaram de chegar. Não é exemplo único, relata a imprensa local. “As pessoas estão cansadas e fartas. Isto já acontece há muito tempo. A situação está muito complicada”, refere ao Expresso uma pessoa que está a acompanhar os desenvolvimentos na ilha grega.

São ainda vários os relatos de organizações não governamentais e voluntários que estão a ser aconselhados a não prestarem primeiros socorros a quem desembarque na ilha. “Correm o risco de ser detidos”, denúncia nas redes sociais a jornalista Franziska Grillmeier.

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Franziska Grillmeier relata ainda que os jornalistas também estão a ser alvo da fúria de pessoas que pensam ser gregos que estão contra a chegada de mais migrantes. Ela viajava de carro com uma colega quando, ao passarem por um grupo de encapuzados, foram atingidos por pedras e paus. Também o fotojornalista Michael Trammer diz ter sido “atacado por fascistas” que o agrediram e atiraram o material fotográfico para a água.

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Quantas pessoas ao certo entraram na Europa nos últimos dias? O número depende de quem dá as respostas. Suleyman Soylu, o ministro do Interior da Turquia, garante que saíram do país e entraram na Grécia 76.358 pessoas. E, nas próximas horas, nas próximas horas podem ainda tentar entrar mais 25 mil.

A Grécia nega.

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Os Médicos Sem Fronteiras, uma das organizações não governamentais a operarem na ilha, já criticaram a decisão da abertura de fronteiras, que consideram que vai provocar uma situação ainda mais crítica e apelam à retirada de pessoas para o continente ou outros países da União Europeia. “Já lá vão cerca de quatro anos desde que o acordo entre a UE e a Turquia trocou vidas humanas por benefícios políticos”, defendem em comunicado a que o Expresso teve acesso.

“As medidas de emergência anunciadas pelo Governo grego vão ter consequências devastadoras quanto ao direito de pedir proteção internacional e de enviar pessoas de volta à Turquia”, pode ler-se na nota. O Governo grego anunciou durante o fim de semana que vai suspender a possibilidade de se requerer proteção internacional no país, um direito que permite a quem entra ilegalmente permanecer na Europa. “Isto só nos vai conduzir a mais caos, mortes no mar, escalada de violência e um desastre humanitário ainda maior. Os Estados-membros devem retirar estas pessoas, criar um sistema de asilo que funcione e parar de encurralar estas pessoas em condições terríveis”, acrescentam os Médicos Sem Fronteiras.

Por mar… pela terra

Na fronteira terrestre a procura de um caminho para entrar também cresceu nas últimas horas. De acordo com as autoridades gregas, pelo menos dez mil pessoas foram bloqueadas na fronteira, em Kastanies, no norte do país, e também a poucos quilómetros da Bulgária. Ou seja, pelo menos dez mil pessoas estão agora encurraladas entre saída da fronteira da Turquia e a entrada na Grécia, num pedaço de terra mais ou menos de ninguém.

A Frontex - a agência europeia para o controlo de fronteiras - reforçou a sua presença na região grega de Evros e enviou mais 60 agentes para a Bulgária, onde também há fronteira com a Turquia. Neste momento, as zonas onde a tensão mais se fazem sentir são Kastanies e Kipoi.

Um novo desastre humanitário (capítulo I)
Anadolu Agency/ Getty Images
Um novo desastre humanitário (capítulo I)
Anadolu Agency/ Getty Images
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A fronteira terrestre entre a Grécia e a Turquia tem cerca de 160 quilómetros. Tem uma barreira natural: o rio Evros. E depois outra, construída pelo Homem, uma vedação de arame farpado e que em alguns pontos já foi cortada e, quase de certeza, local de passagem para quem quer entrar ilegalmente.

Ao longo dos últimos dias, do lado turco, as imagens das agências internacionais mostram que centenas de migrantes esperam junto à fronteira, onde montaram uma espécie de acampamento. Embrulham-se em mantas e acendem fogueiras para se protegerem do frio. Do lado grego há um forte aparato policial junto à fronteira. Chegou a ser lançado gás lacrimogéneo para impedir a passagem de pessoas, assim como disparados tiros para o ar com o objetivo de controlar a multidão. Há relatos de migrantes feridos.

O exército grego já anunciou que vai levar a cabo “exercícios com balas reais” junto à fronteira (e também na ilha de Lesbos).

“Isto é uma invasão”, disse na televisão estatal o ministro grego com a pasta do Desenvolvimento. Também o primeiro-ministro, Kyriákos Mitsotákis, deixou a garantia de que a fronteira está segura e que esta não vai ser violada. O chefe de Estado reúne-se esta terça-feira com os presidentes da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu e do Conselho Europeu para discutir a defesa da fronteira da Grécia.

Burak Kara/ Getty Images

A Turquia é um usada como ponto de passagem para a Europa. Tem 3,5 milhões de refugiados sírios e outros tantos milhares de migrantes e refugiados da Ásia, de África e do Médio Oriente.

Apesar do acordo assinado entre o Governo de Ancara e a União Europeia que prevê que a Turquia impeça a passagem de migrantes para a Europa em troca de milhões de euros, têm sido várias as ameaças da fronteira. Este sábado concretizou-se.

E os que chegam contam que nas praias da Turquia há centenas de pessoas à espera da sua vez de entrar na Europa.

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