Internacional

Guiné-Bissau. Golpe de Estado em curso e Governo demitido

O auto-proclamado Presidente da República da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló, exonerou o primeiro-ministro, numa altura em que fontes do Governo confirmaram que está em curso um assalto militar a instituições do Estado.
O auto-proclamado Presidente da República da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló, exonerou o primeiro-ministro, numa altura em que fontes do Governo confirmaram que está em curso um assalto militar a instituições do Estado.
ANTÓNIO AMARAL

Enquanto militares fiéis ao auto-proclamado Presidente ocupam o palácio do Governo e vários Ministérios, Sissoco Embaló exonorou o chefe de Governo, na mesma altura em que o Parlamento dava posse a um chefe de Estado interino.

Fernando Jorge Pereira na Guiné-Bissau

O auto-proclamado Presidente da República da Guiné-Bissau, Sissoco Embaló, exonerou esta tarde do actual primeiro-ministro, Aristides Gomes, numa altura em que fontes do Governo confirmaram que está em curso um assalto militar a instituições do Estado.

Já terão sido ocupados o palácio governamental e o palácio da justiça, sede do Supremo Tribunal da Justiça, ambos situados na avenida que conduz ao aeroporto, a cerca de 7 km do centro de Bissau.

Segundo a descrição mais recente da situação, as tropas golpistas cercaram os edifícios do complexo governamental, enquanto elementos da ECOMIB, forças do bloco regional CEDEAO, permanecem no interior das instalações.

Também foi assinalada a presença de homens armados nos Ministérios das Pescas e da Economia e Finanças. Esta tentativa de golpe, ainda não reivindicada, é atribuída aos partidários de Sissoco Embaló, investido ontem Presidente, numa cerimónia privada, realizada num dos hotéis da capital, sob a forte protecção de elementos do Batalhão presidencial.

A maioria do corpo diplomático acreditado na capital guineense boicotou o acto, qualificado de “ilegal e anti-constitucional” pelo Executivo ora demitido.

Sissoco Embaló, candidato presidencial dado como vencedor das eleições de 29 de dezembro último, “tomou posse” na presença do 1º vice-presidente do Parlamento e do chefe de Estado cessante, José Mário Vaz. Este último cedeu o palácio presidencial a Sissoco e mudou-se para a sua residência pessoal, no centro da cidade.

Entretanto, esta tarde estava prevista a cerimónia de investidura do presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP, o Parlamento guineense), Cipriano Cassama, como Presidente interino, para ocupar o vazio deixado pela partida de Mário Vaz.

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