Li Wenliang, o médico chinês que alertou para a existência de pacientes colocados sob quarentena no hospital em que trabalhava, em Wuhan, morreu esta quinta-feira. A sua morte foi confirmada pelo Hospital Central de Wuhan, numa publicação na rede social chinesa Weibo. “Ao lutar contra o surto do novo vírus, Li Wenliang ficou, infelizmente, infetado. Morreu hoje, mesmo depois de terem sido feitos todos os esforços para reanimá-lo.”
Houve alguma confusão em torno da sua morte nas últimas horas. Começou por ser anunciada pela Organização Mundial de Saúde, depois de se saber que o médico tinha sofrido uma paragem cardíaca, mas desmentida de seguida pelo hospital.
A história de Li Wenliang, e o seu papel na divulgação de informação sobre o novo vírus, que teve origem na cidade chinesa de Wuhan, foi contada por vários meios de comunicação.
Depois de ter partilhado uma mensagem com colegas a informar sobre a presença de pacientes com sintomas semelhantes ao vírus do SARS, o médico chinês foi investigado pelas autoridades chinesas e chamado a assinar um documento em que assumia ter divulgado falsas declarações. Como ele, foram investigadas outras pessoas, por terem alegadamente criado rumores e lançado o pânico entre a população por causa do novo vírus.
Depois disso, Li Wenliang recebeu no seu consultório uma mulher que viria a descobrir-se estar também infetada, contaminando o próprio médico, que foi de imediato internado. O anúncio da OMS de que teria morrido, horas atrás, foi de pesar e lamento, tendo a organização partilhado uma publicação no Twitter a destacar o seu “compromisso” para com os pacientes. Nas várias redes sociais, começaram a circular de imediato mensagens de pesar.
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