O Presidente norte-americano, Donald Trump, defendeu esta segunda-feira a sua decisão de ordenar a morte do general iraniano Qassem Soleimani, argumentando que este representava uma ameaça iminente para os EUA. Trump acrescentou mesmo que isto não é importante tendo em conta o historial do líder militar.
“A comunicação social ‘fake news’ e os seus parceiros democratas estão a esforçar-se por determinar se o futuro ataque do terrorista Soleimani estava ou não ‘iminente’ e se a minha equipa estava de acordo [comigo]. A resposta a ambas [as perguntas] é um forte SIM, mas isso não importa verdadeiramente por causa do seu passado horrível!”, escreveu no Twitter.
Antes, Trump tinha republicado uma série de tweets de outros utilizadores contra a presidente da Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi. Um deles é uma fotomontagem em que a líder democrata surge com um ‘hijab’ (um véu islâmico) ao lado do líder democrata no Senado, Chuck Schumer, com um turbante. Em fundo aparece uma bandeira iraniana.
Quatro embaixadas americanas sob ataque?
Desde a confirmação de que Soleimani foi morto num ataque com drones americanos em Bagdade, a Administração Trump tem alegado que agiu devido a um risco iminente de ataques contra diplomatas americanos e outro pessoal no Iraque e em toda a região. O Governo não divulgou publicamente provas que sustentassem as suas explicações.
Os congressistas democratas e alguns republicanos questionaram a justificação dada para o ataque e disseram não ter recebido explicações adequadas e detalhadas sobre o assunto.
Na semana passada, Trump disse em entrevista que o Irão se preparava para visar quatro embaixadas americanas antes do ataque fatal contra Soleimani a 3 de janeiro. No entanto, no domingo, o Secretário de Defesa dos EUA, Mark Esper, admitiu não ter visto provas específicas de que o Irão estava a planear ataques a embaixadas.
Autorização para matar Soleimani remonta a junho
A NBC News noticiou esta segunda-feira que Trump autorizara a morte do general iraniano em junho, com condições, incluindo que o Presidente daria o aval final em qualquer operação para matar Soleimani e que essa opção só seria usada se um americano fosse morto pelas autoridades iranianas.
A informação foi avançada pela televisão americana com base nas declarações de cinco atuais e antigos funcionários da Administração.
A Câmara dos Representantes, controlada pelos democratas, aprovou na quinta-feira uma resolução não vinculativa que visa limitar a capacidade do Presidente de atacar o Irão no futuro sem aprovação do Congresso.
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