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União Europeia pede contenção. Região do Médio Oriente “não se pode permitir uma nova guerra”

União Europeia pede contenção. Região do Médio Oriente “não se pode permitir uma nova guerra”
OSCAR DEL POZO/Getty Images

No final de um Conselho extraordinário de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, o Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell, anunciou ter recebido dos 28 um “forte mandato para desenvolver esforços diplomáticos com todas as partes, incluindo o Irão, para contribuir para uma inversão da escalada” de tensão

Os chefes de diplomacia da União Europeia pediram esta sexta-feira a "máxima contenção" a todas as partes envolvidas no conflito em curso no Iraque e Irão, enfatizado que "a região não se pode permitir uma nova guerra".

No final de um Conselho extraordinário de ministros dos Negócios Estrangeiros da UE convocado para discutir a crise atual no Médio Oriente, e na qual Portugal esteve representado pelo ministro Augusto Santos Silva, o Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell, anunciou ter recebido dos 28 um "forte mandato para desenvolver esforços diplomáticos com todas as partes, incluindo o Irão, para contribuir para uma inversão da escalada" de tensão.

"A prioridade é a inversão da escalada. A região não se pode permitir uma nova guerra. A região não se pode permitir uma nova guerra - enfatizou -, e apelamos a um apaziguamento urgente e máxima contenção de todas as partes. Esta crise ameaça prejudicar anos de esforços para estabilizar o Iraque, sobretudo ao nível do trabalho da coligação global contra o [grupo 'jihadista'] Estado Islâmico", afirmou o chefe da diplomacia europeia.

Borrell garantiu que a UE também fará tudo o que estiver ao seu alcance para preservar o acordo nuclear com o Irão, pedindo a Teerão que volte a respeitar os compromissos assumidos no quadro desse acordo, e, por várias vezes ao longo da conferência de imprensa que se seguiu ao Conselho, lamentou a decisão dos Estados Unidos de saírem do acordo.

"Sem este acordo, o Irão seria hoje uma potência nuclear, algo que não é", sublinhou.

Relativamente ao Iraque, que tem sido o palco do conflito entre Irão e Estados Unidos, garantiu que a UE "vai continuar a prestar ajuda de todas as formas" às autoridades iraquianas, seja em termos de treino militar, seja de apoio económico, seja como facilitadora do diálogo com vista a uma "solução pacífica regional", pois é fundamental "evitar que a espiral de violência crie uma situação perigosa para todos que mine anos de esforços para estabilizar o país".

Borrell convocou a reunião de hoje na passada segunda-feira, numa altura em que a situação estava particularmente tensa e se temia uma confrontação militar entre Estados Unidos e Irão, cenário que parece para já descartado, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter declarado, na quarta-feira, que os Estados Unidos estão prontos a "abraçar a paz com todos que a buscam" e a apostar na renegociação do acordo nuclear de 2015.

Novas e "poderosas" sanções contra Teerão foram a resposta anunciada pela Casa Branca aos mísseis iranianos lançados horas antes contra duas bases iraquianas com tropas norte-americanas lá estacionadas, em Ain al-Assad (oeste) e Erbil (norte), que fizeram temer uma escalada da confrontação.

O ataque foi reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma "operação de vingança", em retaliação pela morte do general Qassem Soleimani, comandante da força Al-Quds, há uma semana, num ataque aéreo em Bagdad ordenado por Trump que fez temer um novo conflito militar no Médio Oriente.

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