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Arash e Pouneh foram casar-se ao Irão. São dois dos 63 canadianos mortos no desastre aéreo na capital iraniana

Destroços do avião ucraniano que se despenhou minutos depois de levantar voo do aeroporto de Teerão
Destroços do avião ucraniano que se despenhou minutos depois de levantar voo do aeroporto de Teerão
WANA NEWS AGENCY

A queda do avião da Ukrainian Airlines, logo após a descolagem em Teerão, matou todas as 176 pessoas a bordo. Quase metade dos canadianos mortos era da cidade de Edmonton, entre recém-casados, convidados e académicos. “Todos tinham muito potencial, muita vida pela frente”, disse o primeiro-ministro. O Canadá está de luto, com as bandeiras a meia-haste

Arash e Pouneh foram casar-se ao Irão. São dois dos 63 canadianos mortos no desastre aéreo na capital iraniana

Hélder Gomes

Jornalista

Arash Pourzarabi, de 26 anos, e Pouneh Gourji, de 25, viajaram para o Irão para se casarem. Eram ambos estudantes de Informática na Universidade de Alberta, em Edmonton. Os recém-casados são dois dos 63 canadianos mortos depois de um avião da Ukrainian Airlines se ter despenhado esta quarta-feira.

O avião, com destino a Kiev, na Ucrânia, caiu logo após a descolagem de Teerão, a capital iraniana, matando todas as 176 pessoas que seguiam a bordo. A causa do acidente terá sido uma avaria técnica.

Quase metade das vítimas mortais canadianas era da cidade de Edmonton, avança a agência Reuters. O presidente da associação cultural Iranian Heritage Society of Edmonton, Reza Akbari, revelou que Pourzarabi e Gourji estavam no avião com quatro convidados do casamento e 24 outros iranianos-canadianos daquela cidade.

Cerca de uma centena de pessoas da comunidade iraniana de Edmonton e de outras proveniências enfrentou temperaturas de 16ºC negativos na noite desta quarta-feira numa vigília para homenagear os mortos.

“Estamos aqui para mostrar como eles eram importantes para nós e como nós os amávamos”, disse Payman Parseyan, um membro da comunidade iraniana, ao “Edmonton Journal”.

O desastre mais mortífero para canadianos em 35 anos

O primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, referiu que 138 das pessoas a bordo iam apanhar depois um voo de ligação para o Canadá. “Todos tinham muito potencial, muita vida pela frente”, disse, acrescentando que o país espera ter um papel na investigação do acidente.

Trata-se do desastre com a maior perda de vidas canadianas desde que um voo da Air India explodiu em 1985 sobre o Oceano Atlântico, matando 268 canadianos.

As bandeiras foram colocadas a meia-haste no Canadá, incluindo no edifício do Parlamento federal em Otava.

“A tristeza no campus” da Universidade de Alberta

Entre as vítimas encontra-se um outro casal, Siavash Ghafouri Azar e Sara Mamani, ambos engenheiros, que também tinham acabado de se casar no Irão, de acordo com um antigo professor universitário de Azar em Montreal.

Alvand Sadeghi, um pianista de 30 anos, a sua esposa, Negar Borghei, também morreram no acidente, juntamente com a irmã do músico e a filha desta.

O presidente da Universidade de Alberta, David Turpin, disse que pelo menos 10 elementos da comunidade universitária morreram, incluindo estudantes, professores e antigos alunos. “É uma perda grave. As palavras não podem simplesmente exprimir a tristeza que se sente no campus”, desabafou.

A professora de Engenharia Elétrica Mojgan Daneshmand, o marido Pedram Mousavi, professor de Engenharia Mecânica, ambos daquela universidade, morreram igualmente no desastre, assim como as duas filhas do casal.

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