7 janeiro 2020 13:37

Casos sucederam-se nos Estados Unidos e levaram a empresa a publicar uma lista de móveis perigosos
wolfgang rattay
Só esta linha de cómodas provocou a morte de pelo menos cinco crianças. Casos sucederam-se nos Estados Unidos e levaram a empresa a publicar uma lista de móveis perigosos
7 janeiro 2020 13:37
A IKEA vai pagar 46 milhões de dólares (cerca de 41 milhões de euros) aos pais de uma criança que morreu esmagada por um móvel da empresa sueca de mobiliário. O caso aconteceu em 2017 e sucedeu a uma série de outros, que haviam provocado a morte a pelo menos cinco crianças.
Jozef Dudek, o bebé em causa no caso agora julgado, tinha dois anos quando uma cómoda Malm, de aproximadamente 32 quilos, lhe caiu em cima. Foi o pai, Craig, quem encontrou o bebé preso debaixo das gavetas da cómoda, ainda a tempo de o levar para o hospital, mas já não de o salvar. “Sentimos tanta falta dele”, dizem os pais, num comunicado emitido pelo advogado, Alan M. Feldman, em que se dá conta da indemnização que a IKEA vai ter de pagar à família. “Só mais tarde soubemos que a cómoda era instável por causa do design e que não obedecia aos padrões de segurança, e que o mesmo havia acontecido com outras crianças”, afirmam ainda os pais.
A família processou a IKEA logo em 2017, no estado da Pensilvânia, onde fica a sede da empresa nos EUA, argumentando que os responsáveis sabiam que aquela linha era instável, perigosa, e tendia a tombar. Por causa desse design instável, a fabricante tinha oferecido kits a milhões de clientes para ajudar a fixar as cómodas, um ano antes do episódio do bebé Dudek. Depois da morte da criança, voltou a fazer apelos.
Porém, os pais dizem nunca ter sido informados ou recebido qualquer kit. A cómoda dos Dudek tinha sido comprada em 2008.
Certo é que, também em 2016, a empresa sueca pagou 50 milhões de dólares (perto de 48 milhões de euros) a três famílias, pela morte de outras tantas crianças esmagadas por cómodas da mesma linha.
Foram apenas três dos mais de 35 casos que aconteceram nos EUA entre 2014 e 2017, com outros móveis da empresa. A propósito desses números, a série “Broken”, da Netflix, inclui um episódio chamado “Móveis Mortíferos”, que inclui os testemunhos dos pais de muitas destas crianças, a maioria bebés.
No site da empresa nos EUA — não no português, onde não há referências — existe uma lista de artigos perigosos.