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Recompra de armas após massacre de Christchurch terá ficado aquém das expectativas

Recompra de armas após massacre de Christchurch terá ficado aquém das expectativas
TESSA BURROWS/AFP/Getty Images

Segundo dados da polícia, cerca de 47 mil armas de fogo foram recolhidas e outras duas mil foram modificadas. No entanto, uma avaliação encomendada pelo Governo da Nova Zelândia estima que o número de armas proibidas esteja entre as 50 mil e as 170 mil. O alegado autor do massacre que matou 51 pessoas deverá começar a ser julgado em junho

Recompra de armas após massacre de Christchurch terá ficado aquém das expectativas

Hélder Gomes

Jornalista

Os neozelandeses têm até esta sexta-feira para entregarem armas de fogo proibidas ao abrigo de um plano de recompra obrigatória, instaurado pelo Governo na sequência do pior ataque terrorista no país. Mas nem todos os proprietários de armas responderam à chamada, o que levanta dúvidas sobre a eficácia da medida.

O Executivo da Nova Zelândia proibiu armas semiautomáticas e armas de fogo de estilo militar de alta potência depois de um homem armado ter matado 51 pessoas em duas mesquitas, a 15 de março, em Christchurch. O julgamento de Brenton Tarrant, o alegado terrorista, deverá começar em junho do próximo ano.

Preocupada em tirar as armas de circulação, a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern, adotou um método aplicado pela Austrália na década de 1990. O seu Governo disponibilizou cerca de 100 milhões de euros para compensar os proprietários de armas no ato de entrega.

“Um fracasso absoluto”

Segundo dados da polícia, cerca de 47 mil armas de fogo foram recolhidas e outras duas mil foram modificadas para se tornarem legais.

No entanto, uma avaliação encomendada pelo Governo estima que o número de armas proibidas possa estar entre as 50 mil e as 170 mil. A dimensão do intervalo prende-se com o facto de até este ano o país não ter um registo de armas semiautomáticas de estilo militar.

Com o período de amnistia a expirar, o Conselho de Proprietários de Armas de Fogo Licenciadas classificou esta semana o programa de recompra como “um fracasso absoluto”. De acordo com este grupo, cerca de dois terços das armas proibidas após o massacre de Christchurch continuam nas mãos dos neozelandeses.

Os proprietários de armas incumpridores estão sujeitos a penas de prisão de cinco anos.

Os lobistas a favor e contra as armas pediram um prolongamento do período de amnistia para permitir que mais armas fossem recolhidas, mas as autoridades recusaram.

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