“A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazónia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí”, disse o Presidente do Brasil quando questionado sobre a morte de dois indígenas no sábado. Número de mortes de líderes indígenas em 2019 é o maior em pelo menos 11 anos, diz Comissão Pastoral da Terra
Jornalista
A ativista sueca Greta Thunberg mudou esta terça-feira a sua descrição biográfica no Twitter para “Pirralha” após o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, se ter referido a ela nesses termos.
Entretanto, Greta já tirou aquela referência.
Questionado sobre a morte de dois indígenas da etnia Guajajara num ataque ocorrido no sábado no Maranhão, Bolsonaro respondeu: “A Greta já falou que os índios morreram porque estavam defendendo a Amazónia. É impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí.”
Em seguida, o Presidente brasileiro disse que “qualquer morte preocupa” e que o seu Governo está contra a desflorestação e as queimadas ilegais, desejando “cumprir a lei”.
Na sequência das mortes, a ativista publicou um vídeo no Twitter e escreveu: “Os povos indígenas estão literalmente a ser assassinados por tentarem proteger a floresta da desflorestação ilegal. Repetidamente. É vergonhoso que o mundo permaneça calado em relação a isto.”
Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o número de mortes de líderes indígenas em 2019 é o maior em pelo menos 11 anos. Das 27 pessoas que este ano morreram em conflitos no campo, sete eram líderes indígenas, de acordo com dados daquela entidade, citados pelo portal de notícias G1. No ano passado, foram dois.
Esta não é a primeira vez que Greta altera a sua descrição biográfica no Twitter após críticas de líderes mundiais. Em setembro, o Presidente dos EUA, Donald Trump, disse que ela parecia “uma miúda jovem e muito feliz que espera um futuro brilhante e maravilhoso”. Na altura, a ativista passou a incluir essa caracterização na sua descrição naquela rede social.
Notícia atualizada às 8h42
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