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Protestos no nordeste da Índia depois de aprovada lei que concede cidadania a refugiados que não sejam muçulmanos

Protestos no nordeste da Índia depois de aprovada lei que concede cidadania a refugiados que não sejam muçulmanos
NurPhoto

Grupos islâmicos e de direitos humanos, assim como a oposição, lideram as manifestações e apontam o dedo ao primeiro-ministro, Narendra Modi, a quem acusam de ter uma agenda nacionalista hindu

Algumas horas depois de a câmara baixa do Parlamento indiano aprovar um projeto de lei que prevê a concessão da cidadania a minorias religiosas de outros países, com excepção para a religião muçulmana, a insatisfação saiu às ruas do nordeste da Índia.

Os manifestantes incendiaram pneus e cortaram árvores para bloquear as estradas e os acessos àquela região do país, conta o “Guardian”. Grupos islâmicos e de direitos humanos, assim como a oposição, lideram as manifestações e apontam o dedo ao primeiro-ministro, Narendra Modi, a quem acusam de ter uma agenda nacionalista hindu, com o fim de marginalizar os 200 milhões de muçulmanos do território. Modi nega essa intenção.

A Citizenship Amendment Bill (CAB), em português “Projeto de Emenda à Cidadania”, propõe uma alteração à lei da cidadania de 1955 para garantir nacionalidade indiana a hindus, budistas e jainistas, as religiões mais antigas do país, bem como a cristãos, sikhs e parsis perseguidos nos países vizinhos da Índia.

Depois de ter passado na câmara baixa do Parlamento, o projeto de lei segue na quarta-feira para a câmara alta. Esta medida vai garantir aos refugiados - principalmente de Bangladesh, China e Birmânia - um acesso mais rápido à cidadania.

Mas estes protestos não estão apenas anexados a essa causa. Uma franja da insatisfação remete para a rivalidade com os migrantes hindus do Bangladesh, que são tidos como invasores por uma parte da população do nordeste da Índia.

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