“Nancy Pelosi teve uma crise de nervos”, escreveu esta quarta-feira no Twitter Donald Trump, pouco depois de ter sido anunciado que a presidente da Câmara dos Representantes pediu àquele órgão para redigir os artigos para se proceder à votação do impeachment contra o Presidente norte-americano.
Numa mensagem anterior, Trump disse também não recear o passo que vai ser dado pelo Democratas com vista à sua destituição, no Congresso, alegando que “os Republicanos nunca estiveram tão unidos”.
“Vamos ganhar!”, acrescentou. “Eles já tinham desistido da 'coisa' ridícula do Mueller, por isso agora agarram-se a dois totalmente apropriados (perfeitos) telefonemas com o Presidente ucraniano”, escreveu Trump, referindo-se à investigação do procurador-especial Robert Mueller (sobre a interferência russa nas eleições de 2016) e aos telefonemas realizados em julho com o homólogo da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.
Nancy Pelosi, que invocou por várias vezes os pais fundadores dos Estados Unidos, disse esta quinta-feira que a ação do Presidente “violou seriamente a Constituição”, garantindo que tomou a decisão com “tristeza e humildade”.
Na conferência de imprensa que realizou já esta tarde, Pelosi sublinhou que o que está em causa é a Constituição dos Estados Unidos.
“Não tem absolutamente nada a ver com política. Não se trata de política, partidarismo, democratas ou republicanos. Isso é totalmente insignificante. Trata-se da Constituição dos Estados Unidos. É sobre o Presidente não honrar o juramento feito quando assumiu o cargo”, afirmou.
O processo para o impeachment entra agora numa nova fase. Uma vez redigidas as acusações, com aprovação prévia dos comités parlamentares, os artigos serão submetidos a votação no plenário da Câmara dos Representantes, esperando-se que a maioria Democrata (235 contra 199 Republicanos) permita a sua aprovação.
De seguida, as acusações serão conduzidas para o Senado, que se constitui como uma espécie de tribunal, onde será precisa uma maioria de 2/3 para a demissão de Trump do cargo de Presidente.
O cenário da remoção de Trump é pouco provável, tendo em conta a maioria Republicana na câmara alta do Congresso (53 senadores contra 47 do lado Democrata).
Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: MGanhao@expresso.impresa.pt