O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, poderá conseguir o melhor resultado para o Partido Conservador desde a vitória de Margaret Thatcher em 1987, sugere uma projeção divulgada no final desta quarta-feira. Segundo um modelo usado pela empresa de sondagens YouGov, os ‘tories’ poderão conseguir 359 dos 650 assentos parlamentares em disputa nas eleições de 12 de dezembro.
O modelo, que previu corretamente os resultados das eleições de 2017, aponta para uma recuperação de 42 assentos pelos conservadores face ao ato eleitoral de há dois anos.
O Partido Trabalhista, de Jeremy Corbyn, deverá perder 51 assentos, passando de 262 para 211. O Partido Nacional Escocês conquistará 43, os Liberais Democratas 13, o Partido do País de Gales 4 e o Partido Verde 1. O Partido do Brexit não deverá conseguir qualquer assento.
Conservadores ‘roubam’ 44 lugares aos trabalhistas
De acordo com a projeção, os conservadores deverão ‘roubar’ 44 assentos dos trabalhistas, dois dos Liberais Democratas e ainda o antigo assento do presidente da Câmara dos Comuns. Já o Labour não deverá conseguir ocupar qualquer assento novo.
O modelo da YouGov reúne dados de mais de 100 mil entrevistas feitas durante sete dias, tendo em conta o desenho demográfico, as circunstâncias específicas dos círculos eleitorais e as estatísticas nacionais na elaboração de uma projeção.
No final de maio de 2017, pouco mais de uma semana antes das eleições, o YouGov usou este modelo e previu que a então primeira-ministra, Theresa May, iria perder a sua maioria. A projeção confirmou-se, o que complicou o cenário do Brexit e acabou por ditar o fracasso da liderança de May.
As eleições “mais cruciais da história moderna”
Após quase quatro anos de crise política, desde o referendo ao Brexit, Johnson promete tirar o Reino Unido da União Europeia (UE) até 31 de janeiro se vencer as eleições.
O Reino Unido vai a votos três anos antes da data prevista por causa do impasse em que o Brexit mergulhou o Parlamento britânico. Os deputados mostraram-se incapazes de chegar a um entendimento sobre o caminho certo para deixar a UE, sendo que alguns defendem que a decisão de sair deve ser revertida.
Os eleitores escolherão entre o programa socialista de Corbyn, que propõe um segundo referendo ao Brexit, e o programa do Partido Conservador, liderado por Johnson.
No manifesto que apresentou no último fim de semana, o primeiro-ministro fala nas eleições “mais cruciais da história moderna”. Segundo o documento de 50 páginas, a proposta de saída será novamente apresentada antes do Natal para que seja votada pelos deputados e consumada no final de janeiro. O Brexit é apresentado como a chave para resolver toda a “amargura e caos”, que permitirá depois “dar gás ao potencial de todo o país”.
Após as eleições, a Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento britânico, deverá reunir-se a 17 de dezembro. Nessa mesma semana, será lido o discurso da rainha, que marca o início da legislatura do Governo.
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