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Nem trabalhistas nem conservadores merecem ganhar eleições num Reino Unido mergulhado na “confusão”, diz Blair

Nem trabalhistas nem conservadores merecem ganhar eleições num Reino Unido mergulhado na “confusão”, diz Blair
KELD NAVNTOFT/AFP/Getty Images

O ex-primeiro-ministro trabalhista afirmou que o atual líder do seu partido está a prometer uma revolução. “O problema com as revoluções nunca é como começam mas como terminam”, advertiu. Tony Blair, que governou entre 1997 e 2007, tem apelado insistentemente à reversão do Brexit. O Reino Unido volta às urnas no dia 12 de dezembro

Nem trabalhistas nem conservadores merecem ganhar eleições num Reino Unido mergulhado na “confusão”, diz Blair

Hélder Gomes

Jornalista

O antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair disse esta segunda-feira que o Reino Unido está mergulhado na “confusão”, defendendo que nem o Partido Trabalhista nem o Partido Conservador merecem vencer as eleições do dia 12 do próximo mês.

“Estamos numa confusão. A flutuabilidade da economia mundial manteve-nos à tona até agora mas, se vacilar, estaremos em grandes apuros”, disse Blair no evento Newsmaker, promovido pela agência de notícias Reuters.

Blair afirmou que o atual líder trabalhista, Jeremy Corbyn, está a prometer uma revolução. “O problema com as revoluções nunca é como começam mas como terminam. A verdade é: o público não está convencido de que qualquer um dos partidos principais mereça vencer, em definitivo, estas eleições”, acrescentou.

O ex-chefe de um Executivo trabalhista, que governou entre 1997 e 2007, tem apelado insistentemente à reversão do Brexit. Desta vez, voltou a pedir um segundo referendo sobre a decisão de sair da União Europeia (UE), uma consulta que teria de ser seguida de novas eleições.

As eleições “mais cruciais da história moderna”

O Reino Unido vai a votos três anos antes da data prevista por causa do impasse em que o Brexit mergulhou o Parlamento britânico. Os deputados mostraram-se incapazes de chegar a um entendimento sobre o caminho certo para deixar a UE, sendo que alguns defendem igualmente que a decisão de sair deve ser revertida.

A 12 de dezembro, os eleitores escolherão entre o programa socialista de Corbyn, que propõe um segundo referendo ao Brexit, e o programa do Partido Conservador, liderado pelo primeiro-ministro, Boris Johnson, que pretende concretizar o Brexit até ao novo prazo de 31 de janeiro.

No manifesto que apresentou este fim de semana, Johnson fala nas eleições “mais cruciais da história moderna”. Segundo o documento de 50 páginas, a proposta de saída será novamente apresentada antes do Natal para que seja votada pelos deputados e consumada no final de janeiro. O Brexit é apresentado como a chave para resolver toda a “amargura e caos”, que permitirá depois “dar gás ao potencial de todo o país”.

Após as eleições, a Câmara dos Comuns, a câmara baixa do Parlamento britânico, deverá reunir-se a 17 de dezembro. Nessa mesma semana, será lido o discurso da rainha, que marca o início da legislatura do Governo.

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