Dois padres condenados a 45 e 42 anos de prisão na Argentina por abusos sexuais de menores surdos

Algumas das atrocidades sexuais foram denunciadas há três anos
Algumas das atrocidades sexuais foram denunciadas há três anos
Os padres Nicola Corradi e Horacio Corbacho foram condenados a 45 e 42 anos por abusos sexuais de menores com deficiência auditiva do Instituto Antonio Próvolo da cidade de Mendoza, conta o “Clarín”. O Tribunal Penal Colegiado 2 condenou ainda um jardineiro a 18 anos de prisão.
Este foi o primeiro julgamento de uma grande investigação que aponta ao Instituto Próvolo. A sentença, conhecida esta segunda-feira, ditou ainda que o Ministério da Saúde de Mendoza deve acompanhar as vítimas e a garantir medidas reparadoras.
Algumas das atrocidades sexuais foram denunciadas há três anos, a primeira delas remonta a 26 de novembro de 2016. O julgamento evitou que os arguidos, que estavam em prisão preventiva, saíssem em liberdade, conta o “La Nación”.
De acordo com o mesmo diário, uma dezena de vítimas esteve esta segunda-feira no tribunal para escutar a sentença história na sociedade argentina e que é considerada como um grande golpe à igreja católica. O julgamento foi transmitido em direto no YouTube.
"Não tem ideia de como isto é importante para nós e para o mundo", disse ao "Washington Post", após a decisão do tribunal, Ariel Lizárraga, o pai de uma das vítimas abusadas no Instituto Próvolo, nos anos 2000. "A igreja tem tentado esconder estes abusos. Mas estes padres violaram e abusaram das nossas crianças. Das nossas crianças surdas! Hoje, o tabu contra acusar padres pára aqui."
Nicola Bruno Corradi Soliman, um padre italiano de 83 anos, Horacio Hugo Corbacho Blanck, um padre argentino de 59, e o jardineiro Armando Ramón Gómez Bravo, de 49, foram condenados por 25 crimes de abuso sexual simples e agravado.
As sedes do Instituto Próvolo em La Plata, na Argentina, e Verona, em Itália, são também alvo de acusações de abusos, por isso encontram-se também sob investigação.
Corradi por exemplo, continua o “La Nación”, esteve em Verona até 1969. Foi ali que foram registadas as primeiras acusações de abusos e violações contra aquele padre.
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