Pelo menos oito dos manifestantes concentrados na Universidade Politécnica de Hong Kong renderam-se esta sexta-feira, enquanto outros procuravam formas de escapar à polícia de choque que cerca o campus.
Segundo a agência de notícias Reuters, o cerco parece estar a chegar ao fim, com o número de manifestantes a cair para poucas dezenas, dias depois de alguns dos maiores episódios de violência desde o início dos protestos pró-democracia em junho.
O novo chefe da polícia daquela região administrativa especial chinesa, Chris Tang, que assumiu o cargo esta semana, disse que pretende uma resolução pacífica do problema. “Acredito que as pessoas no interior do campus não querem que pais e amigos se preocupem com eles. Peço a todas as pessoas na Universidade Politécnica que saiam. Queremos resolver o assunto pacificamente e não definimos qualquer prazo”, referiu.
Patrulhas noturnas em busca de agentes da polícia infiltrados
A maioria dos manifestantes que permanecem na universidade diz que pretende evitar ser presa por distúrbios ou outras razões, pelo que espera encontrar uma forma de contornar a polícia no exterior ou esconder-se no campus já quase deserto.
Um manifestante mais velho, que estima que já só haja 30 resistentes, contou à Reuters que alguns tinham desistido de procurar modos de fugir à polícia e estão agora a construir novas armas para se protegerem em caso de invasão policial.
A última noite foi de grande tensão. Alguns manifestantes patrulharam o local em busca de agentes da polícia disfarçados, enquanto outros procuraram esconder-se com medo de serem presos por possíveis infiltrados.
Presença de “alto perfil” da polícia nas eleições de domingo
No domingo, Hong Kong realizará eleições para o conselho distrital.
O Governo afirmou estar comprometido em prosseguir com o ato eleitoral, monitorizando a situação para garantir que decorrerá em segurança.
O chefe da polícia anunciou que as autoridades adotariam uma presença de “alto perfil” e apelou aos manifestantes para que não recorram à violência de modo a que os eleitores se sintam seguros para irem votar.
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