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China não fez concessões suficientes para avançar nas negociações comerciais, queixa-se Trump

China não fez concessões suficientes para avançar nas negociações comerciais, queixa-se Trump
Damir Sagolj/Reuters

“A China quer fazer um acordo comercial mais do que eu”, afirmou o Presidente dos EUA, acrescentando: “não penso que eles estejam a subir ao nível que eu quero”. Em outubro, Trump anunciou que esperava assinar este mês a primeira fase de um acordo comercial. Mais de um mês depois, os dois lados parecem longe de finalizar qualquer entendimento

China não fez concessões suficientes para avançar nas negociações comerciais, queixa-se Trump

Hélder Gomes

Jornalista

O Presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou esta quarta-feira que Pequim não fez, até agora, concessões suficientes nas negociações comerciais bilaterais e, por isso, os negociadores norte-americanos hesitam em fechar um acordo.

“Posso dizer-lhe isto: a China quer fazer um acordo comercial mais do que eu”, disse, citado pela agência de notícias France-Presse. “Não penso que eles estejam a subir ao nível que eu quero”, contrapôs.

No mês passado, Trump anunciou que esperava assinar em novembro a primeira fase de um acordo comercial com a China. “Penso que poderemos estar prontos para assinar uma parte importante do acordo. Chamemos-lhe ‘fase um’. É uma parte importante”, afirmou então. Nessa altura, sinalizou progressos nas negociações, que se prolongam há mais de um ano e meio, para ultrapassar um diferendo que tem levado à aplicação de elevadas taxas alfandegárias de retaliação por ambas as partes.

No entanto, mais de um mês depois, os dois lados ainda parecem longe de finalizar o texto de um qualquer acordo.

Huawei continua em processo paralelo de negociações

Pequim insistiu numa reversão das tarifas existentes, com a qual Trump afirmou não concordar. A China anunciou no mês passado um aumento da compra de produtos agrícolas norte-americanos totalizando cerca de 50 mil milhões de dólares (mais de 40 mil milhões de euros). Trata-se de um valor bem acima do que alguma vez foi atingido nas exportações agrícolas dos EUA para o mercado chinês.

Em outubro, o Presidente norte-americano declarou ainda que as questões relacionadas com a transferência forçada de tecnologia na China seriam discutidas apenas na segunda de três fases de um acordo. Também ficou de fora, para já, tudo o que se relaciona com a empresa de telecomunicações chinesa Huawei, alvo de sanções de Washington, um assunto que está num processo paralelo de negociações.

Na quarta-feira, Wall Street recuou ainda mais face aos seus máximos históricos, devido ao pessimismo entre os investidores sobre as possibilidades de um acordo acabar com a disputa comercial.

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