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Advogadas das vítimas de Epstein querem príncipe André a colaborar com autoridades dos EUA - e ponderam intimação

Advogadas das vítimas de Epstein querem príncipe André a colaborar com autoridades dos EUA - e ponderam intimação
Duncan McGlynn/Getty Images

Duas das advogadas envolvidas no processo contra o pedófilo condenado - e entretanto falecido na prisão - Jeffrey Epstein querem que o príncipe André, membro da família real britânica que era próximo do milionário norte-americano vá aos Estados Unidos depor. E se ele não o fizer de livre vontade por vir a ser intimado

Advogadas das vítimas de Epstein querem príncipe André a colaborar com autoridades dos EUA - e ponderam intimação

Ana França

Jornalista da secção Internacional

Os advogados que representam o grupo de vítimas do milionário norte-americano Jeffrey Epstein, condenado por manter uma rede de tráfico sexual de menores que morreu na prisão poucos dias depois da sentença, estão a considerar enviar uma intimação ao príncipe André, membro da família real britânica que era próximo de Epstein e sobre quem recaem suspeitas de violação, para o obrigar a contar tudo o que sabe sobre as atividades de Epstein.

Na quarta-feira, o príncipe, oitavo na linha de sucessão ao trono, disse em comunicado que ia afastar-se da vida pública porque o caso de Epstein estava a provocar “enorme constrangimento” na família real britânica e mostrou-se disposto a colaborar com as autoridades competentes para trazer à justiça quem, de entre o círculo de Epstein, tenha também participado nos crimes.

Lisa Bloom, advogada de cinco das vítimas Epstein, pede mais ação do parte do príncipe. Através do Twitter, Bloom pediu-lhe diretamente que compareça nos depoimentos e que entregue todos os documentos relevantes para a investigação.

Logo depois, Gloria Allred, que também está a representar várias outras vítimas e já esteve envolvida nos casos de assédio sexual interpostos contra Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos ou o multimilionário produtor de cinema Harvey Weinstein, falou com a BBC para pedir o mesmo e disse que o comunicado do príncipe não deixa claro se ele está ou não disposto a colaborar voluntariamente. “O príncipe André tem de contactar as autoridades norte-americanas sem pré-condições e sem demora. Ele vai testemunhar apenas se for intimado a isso ou está disposto a falar com as autoridades sem ser legalmente obrigado a tal?”, foi a pergunta deixada pela advogada.

No comunicado onde se afasta dos deveres públicos, o príncipe acaba por abordar uma série de críticas que surgiram depois da sua entrevista à BBC, onde nem sequer mostrou preocupação óbvia pelas vítimas. A intervenção na BBC foi classificada como desastrosa por quase toda a imprensa e, claramente, o Duque de York ouviu e leu. "Continuo a arrepender-me de forma inequívoca da minha associação com Jeffrey Epstein.O seu suicídio deixou muitas perguntas sem resposta, principalmente para as suas vítimas, e simpatizo profundamente com todos que foram afetados e desejam, de alguma forma, fechar este assunto”.

Tem dúvidas, sugestões ou críticas? Envie-me um e-mail: afranca@impresa.pt

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