Internacional

Bolívia. Evo Morales denuncia crimes contra a humanidade

Apoiantes de Evo Morales, Presidente deposto na Bolívia, fazem o luto de um homem que dizem ter sido morto pelas forças de segurança, após os confrontos perto da cidade boliviana de Cochabamba
Apoiantes de Evo Morales, Presidente deposto na Bolívia, fazem o luto de um homem que dizem ter sido morto pelas forças de segurança, após os confrontos perto da cidade boliviana de Cochabamba
MARCO BELLO/REUTERS

Ex-Presidente da Bolívia diz que foram cometidos crimes contra a humanidade cometidos durante a “repressão policial e milita” no país. Evo Morales está atualmente exilado no México

O ex-Presidente da Bolívia Evo Morales, exilado no México, denunciou no domingo crimes contra a humanidade cometidos durante a “repressão policial e militar” no país, mergulhado há quase um mês numa grave crise. Na rede social Twitter, Morales exigiu que o “governo de facto” de Jeanine Áñez proceda à identificação dos autores intelectuais e materiais das 24 mortes registadas nos últimos cinco dias.

“Denuncio perante a comunidade internacional estes crimes contra a humanidade que não devem ficar impunes”, escreveu. O ex-chefe de Estado acusou ainda o advogado de defesa do “rebanho”, que não mencionou, de tentar justificar “a repressão armada” e argumentou que a polícia e as forças armadas “têm o dever constitucional, ético e moral" de proteger a vida da população”.

De acordo com a Defensoria do Povo Boliviano, o número de mortos durante quase um mês de conflito aumentou para 23 e o número de feridos em vários confrontos ultrapassou os 700. A presidente interina da Bolívia, Jeanine Áñez, assinou um decreto que isenta as forças armadas do país da responsabilidade criminal se participarem em operações para restaurar a ordem interna e a estabilidade pública.

A renúncia de Morales, em 10 de novembro, surgiu após protestos em todo o país por suspeita de fraude eleitoral na eleição de 20 de outubro, na qual o então governante alegou ter conquistado um quarto mandato. Uma auditoria da Organização dos Estados Americanos constatou irregularidades generalizadas no escrutínio. Grande parte da oposição a Morales foi desencadeada pela recusa do chefe de Estado boliviano em aceitar um referendo que podia impedir Evo Morales de concorrer a um novo mandato.

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